Vereadores propõem o cadastramento dos ambulantes que atuam no recém-criado Corredor Cultural da Rua 14 de Julho, durante audiência na Câmara de Vereadores, nesta sexta-feira (01). Comerciantes locais questionam a concorrência, argumentando que é desigual, já que os vendedores não pagam impostos.
Em setembro, comerciantes divulgaram nota coletiva e expressaram “insatisfação” com a presença frequente de ambulantes. Segundo eles, a diminuição do consumo nos bares tem dificultado o pagamento das atrações musicais, que são um grande atrativo e têm atraído ainda mais público.
Conforme o presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), Adelaido Vila, é preciso dar condições ao ambulante para que ele, futuramente, tenha o próprio negócio. “Quando a gente fala que é contra o ambulante, isso me preocupa. Somos contra a ilegalidade. Precisamos regularizar todo aquele que quer comercializar alguma coisa. Dar condição para que ele, futuramente, possa se tornar dono de um estabelecimento. Não podemos excluir essa pessoa, mas precisamos dar dignidade. Que esse pequeno ambulante possa regularizar sua situação e ter um CNPJ”, defendeu.
O ambulante Matheus Lima defendeu dos colegas. Ele, que trabalha com espetinhos na porta de seu apartamento, diz que já procurou a Prefeitura para se regularizar, mas não conseguiu.
“Nenhum consegue me regularizar. Fui informado que em Campo Grande não tem nenhuma norma que regularize o ambulante. Sou MEI, contribuo com o Governo, e com esse imposto recolhido, por que não posso exercer minha função? Meu espetinho fica em frente meu apartamento. Realmente fugiu do controle, tem muito ambulante, e entendo que impacta meus colegas financeiramente”, ponderou.
“A criação do Corredor Cultural e Gastronômico é um passo fundamental para transformar a 14 de Julho em um local de referência cultural e de lazer e os resultados já estão aparecendo. É desafiador, mas precisamos discutir as melhores maneiras de fomentar o local e encontrar soluções para problemas existentes como banheiros, organização do trânsito, maneiras de apoiar o comércio e implementar melhorias que beneficiem tanto os comerciantes quanto a população”, disse o vereador Ronilço Guerreiro, proponente do debate.