A audiência será realizada no Plenário Oliva Enciso, na próxima quarta-feira (29).
Os vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande irão realizar uma audiência pública na próxima quarta-feira (29) para discutir a duplicação ou implantação de um macroanel na cidade, bem como os impactos da Rota Bioceânica. O evento está agendado para começar às 9h e será transmitido pelas redes sociais.
O debate entre os vereadores foi convocado pela Mesa Diretora, juntamente com a Comissão Permanente de Obras e Serviços Públicos, composta pelos vereadores Ayrton Araújo (PT), Junior Coringa (MDB), Silvio Pitu (PSDB), Clodoilson Pires (Podemos) e Gilmar da Cruz (PSD), e pela Comissão Permanente de Mobilidade Urbana, formada pelos vereadores Professor André Luis (PRD), Luiza Ribeiro (PT), Tabosa (PP), William Maksoud (PSDB) e Dr. Sandro Benites (PP).
A audiência será realizada no Plenário Oliva Enciso, da Casa de Leis, localizada na Avenida Ricardo Brandão, n. 1600, bairro Jatiúca Park e terá transmissão ao vivo pelo canal aberto da TV Câmara (canal 7.3) e pelas redes sociais (Facebook e YouTube).
Rota da Biocêanica esquecida?
Diante do otimismo de que a Rota Bioceânica tenha o potencial de movimentar cerca de 1,5 bilhão de dólares ao ano, a Capital de Mato Grosso do Sul se viu “esquecida” – nas palavras da prefeita, Adriane Lopes – e tem “corrido atrás do prejuízo” evidenciando a tecnologia e “virtualização” de processos em busca do protagonismo nesse cenário de mudanças.
Sendo um imenso corredor rodoviário com 2.396 km de extensão, será a ligação entre os oceanos Atlântico e Pacífico, que partirá do Brasil até os portos de Antofagasta e Iquique, no Chile, além de passar pelo Paraguai e pela Argentina, o que justifica as esperanças no incremento das exportações.
Durante o 2º Congresso Sul-Mato-Grossense de Cidades Digitais e Inteligentes, Adriane Lopes admitiu que, ao ver o projeto avançar tanto no interior de Mato Grosso do Sul, com as conexões aos Estados de São Paulo e Mato Grosso, “nossa cidade estava sendo esquecida nesse processo”, disse a prefeita.
Com isso, a chefe do Executivo Municipal reforçou que há trabalhos buscando colocar Campo Grande em uma posição de protagonismo, tratando dos gargalos existentes quanto à integração e logística.
“São novas possibilidades econômicas na rota que está sendo construída pela rodovia. Existe um mercado consumidor no entorno de 20 milhões de pessoas. A população dos países que integram esta rota chega a 180 millhões”, lembrou a prefeita quanto às possibilidades de avanço também para Campo Grande.
Justamente o chamado “Sistema Eletrônico de Informações” (conhecido por SEI), desenvolvido há tempos pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), aparece como um dos “carros chefes” nos planos da Capital para modernizar os processos de protocolização.
Rota Bioceânica
Ainda em 2014 o projeto da Rota Bioceânica começou a ser discutido, com o pontapé inicial dado em 2017, vindo como a promessa de ampliação da relação comercial de Mato Grosso do Sul com países asiáticos e sul-americanos.
Entre os “agentes fiscalizadores” na sociedade, a própria Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) analisou que, o simples efeito de encurtar em até 17 dias o tempo de viagem rumo ao mercado asiático deve contribuir para redução dos custos de envio, ou seja, barateando o processo.
Entretanto, vale lembrar o teste mal-sucedido da comissão local em transportar 13 toneladas de carne bovina no ano passado.
Em 24 de novembro, a terceira expedição buscava fazer um “Passeio de teste” da Rota, transitando os 2,3 mil km rumo ao Chile com 107 pessoas em 36 caminhonetes, além do caminhão frigorífico.
Além de sair um dia antes, enquanto o pessoal das 36 caminhonetes, de fato, conseguiu chegar ao Chile, o caminhão frigorífico (e consequentemente as 13 toneladas de carne) sequer saíram do Estado, sendo retidos em Ponta Porã após chegaram à aduana “sem nenhuma documentação em mãos” segundo funcionários da Receita Federal à época.
*Colaborou Léo Ribeiro