Pré-candidatura à reeleição está ameaçada, apesar do apoio da senadora Tereza Cristina
A senadora Tereza Cristina (PP) levou a prefeita Adriane Lopes para seu partido e garantiu a ela o maior patrocínio político e eleitoral de todas as candidaturas na sucessão campo-grandense: o apoio de Jair Bolsonaro. Sobrava na senadora a certeza do “fato consumado”, tendo em vista sua estreita proximidade com o ex-presidente, de quem foi ministra e uma das personagens mais prestigiadas daquele governo, inclusive com seu nome pinçado várias vezes como futura presidenciável.
Adriane Lopes embarcou seu projeto de reeleição neste oceano que parecia calmo. Fez o que podia para demonstrar seu cartaz nas galerias do bolsonarismo. Participou de manifestações e outras atividades vestindo a “farda” verde-amarela e posando em mil selfies nos palanques ao lado do ex-governante. “Vendeu” em Campo Grande, juntamente com a senadora, a imagem de quem estava com a vida ganha e a pré-candidatura resolvida definitivamente. Só que não.
CANOA FURADA
Bolsonaro e o presidente do PL, Waldemar da Costa Neto, sabendo que poderiam embarcar numa canoa furada – com a gestão de Adriane indo de mal a pior -, passaram a avaliar a busca de uma alternativa melhor. Além de descartarem o próprio PL – que na Capital só criava problemas -, resolveram considerar os acenos do ex-governador Reinaldo Azambuja. E a conversa prosperou. De nada adiantaram a contrariedade e as tentativas de Tereza Cristina. Sua “pupila” foi ao sereno antes da hora. E seu decantado prestígio, posto em xeque, começou a balançar.
Para não perder a palavra – e também a pose -, a senadora reafirmou seu apoio à pré-candidatura de Adriane, embora ambas estejam receosas de novas más notícias. Nos bastidores, circulam informações sobre possíveis mudanças no arco de apoios que estavam sendo costurados para nutrir a campanha da prefeita.
Verdade ou não, um fato é inegável: com Bolsonaro fora de seu palanque e ainda pedindo votos para Beto Pereira, só restam a Adriane dois “cabos eleitorais” de limitada força eleitoral no município: a senadora Tereza Cristina e o deputado estadual Lídio Lopes, marido da prefeita. E, é claro, os vereadores adrianistas. Mas estes tiram voto.