A escolha de Petrallás foi bastante questionada pelos dirigentes. Em 2023, Petrallás não assinou o documento de posse como vice-presidente da chapa de Francisco Cezário.
A Procuradoria do Tribunal de Justiça Desportiva de Mato Grosso do Sul (TJD-MS) enviará ainda hoje um pedido de explicações à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) sobre a escolha de Estevão Petrallás para assumir interinamente a presidência da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS) por 90 dias, após o afastamento de Francisco Cezário da entidade.
O documento, assinado pelo presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, chegou às mãos dos clubes durante a coletiva de imprensa na tarde de ontem (27), causando constrangimento em boa parte dos dirigentes.
A escolha de Estevão Petrallás pela entidade máxima do futebol brasileiro está sendo questionada pelo Procurador-Geral do Tribunal, Adilson Viegas de Freitas Junior. De acordo com o mandatário, Petrallás não assinou a posse da chapa como vice-presidente da FFMS em 2023. Outro ponto que o procurador deve questionar junto à CBF é que Petrallás está vinculado como presidente do Conselho Deliberativo de um clube, o que tornaria a aprovação de seu nome potencialmente ilegal devido ao conflito de interesses.
“Ainda na tarde de hoje, estou enviando explicações à CBF para entender quais foram os critérios escolhidos pelo nome de Estevão Petrallás. Em casos semelhantes como esse, quem deveria ser o interventor da FFMS é alguém do TJD como exemplos que ocorreram no Mato Grosso e na federação da Paraíba em 2018”, explicou Adilson.
A reportagem do Correio do Estado teve acesso à ata de posse da FFMS em 2023, e nela constam as assinaturas de cinco vice-presidentes: Marco Antônio Tavares, Alfredo Zamlutti Junior, Américo Ferreira da Silva Neto, Carlos Alberto de Assis e Aparecido José Damaceno.
O nome de Estevão Petrallás não agradou à maioria dos clubes. Conforme informações apuradas por dirigentes que participaram da reunião, o nome escolhido contraria o desejo de todos eles por uma renovação no quadro da federação. Os próprios clubes realizaram um abaixo-assinado para a troca do interino.
Conforme a ata recebida pela reportagem, 16 clubes assinaram contra o nome de Estevão Petrallás, como mostra o documento abaixo.
De acordo com o presidente do Tribunal, Patrick Hernandes, os dirigentes marcaram uma nova Assembleia Geral Extraordinária para o dia 7 de junho, a fim de definir se de fato acatam o nome de Petrallas à frente da Federação. Conforme apurado pela reportagem, novos nomes podem surgir ao longo da semana, aprovados pelos dirigentes.
O diálogo dos clubes é baseado no Artigo 142 do Estatuto da CBF, que afirma que a nomeação será confirmada após análise da Assembleia Geral.
“O ato de intervenção de competência da Diretoria da CBF, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação da Assembleia Geral”, relata o Artigo.
Quais os nomes estão sendo cogitados?
Conforme apurado pela reportagem do Correio do Estado, os dirigentes têm analisado nomes, mas ainda não chegaram a um consenso. Questionado, o presidente Eder Cristaldo do Novo Esporte Clube disse que foi consultado, mas negou que não tem interesse na cadeira da federação. Nomes como Fábio Manso, presidente do União ABC também foram consultados, mas o próprio dirigente descartou a possibilidade.
Outro nome que se mostrou interessado na vaga é de Gilmar Rodrigues, presidente da Portuguesa, mas o seu nome precisa ser aprovado por todos os presidentes e também há dúvidas sobre o tempo de assinatura no quadro da federação de futebol do Estado.
Outros nomes apurados pela reportagem como o vice-presidente Alfredo Zamlutti Júnior e de Carlos César de Assis foram também divulgados, mas os dirigentes devem aprovar nomes que conhecem os dirigentes e estão envolvidos com a organização dos campeonatos.
Caso a CBF mude de posição e coloque a Justiça Desportiva à frente da intervenção, quem ganharia peso para ser o presidente da FFMS é o procurador do TJD, Patrick Hernandes.