Bebê de 2 meses foi internado, na Santa Casa de Paranaíba, com diversas lesões graves pelo corpo, causados, a princípio, pela mãe, de 19 anos, e pelo pai, de 22 anos. A criança apresentava rouxidões, cicatrizes e inchaços pelo corpo que teriam sido causado por agressões. O casal teria vindo da Bahia e foi preso preventivamente.
Segundo a delegada titular da DAM (Delegacia de Atendimento a Mulher) de Paranaíba, Eva Maira Cogo, a Polícia Civil tomou conhecimento do caso por meio do Conselho Tutelar, que foi acionado pela equipe da Santa Casa de Paranaíba, informando a respeito da internação do bebê. Conforme denúncia do hospital, a criança estava desnutrida, tinha cicatrizes pelo corpo, marcas roxas e marcas circulares que pareciam queimaduras por cigarro.
Imediatamente, a polícia requisitou o exame de corpo de delito para entender a gravidade das lesões e buscaram o pai para prestar esclarecimentos, pois no hospital estava apenas a mãe. Na delegacia, ele não soube dar informações, disse que poderia ter sido a outra filha deles, de 1 ano e 3 meses, mas que não teria sido ele nem a esposa.
Já a mãe, em depoimento, também teria dito que não teria sido o pai que agrediu o bebê. Os dois, porém, entraram em contradições. Aos policiais, o pai disse que as manchas roxas surgiram há uma semana, já a mãe, há 15 dias.
No entanto, no segundo interrogatório, ela teria confirmado que o pai poderia ter causado as lesões no bebê, mas que ela não havia visto. Ela também teria relatado que achava estranho que às vezes ela saia e, ao voltar, a criança estava lesionada
Ela teria contado que chegou a questionar o marido sobre isso, mas ele teria a confrontado por sugerir que ele seria o autor dos ferimentos. Apesar das situações suspeitas, ela disse não poder afirmar que se trata realmente do esposo.
Segundo a delegada, as agressões foram primeiramente identificadas em um posto de saúde próximo à casa do casal. Eles teriam buscado o local com a criança, com as manchas e lesões causando estranheza entre a equipe médica, que decidiu pela internação.
Indagados sobre a visita ao posto, o pai teria dito que levou a criança porque estava preocupado, já que o bebê não estava mamando e por causas das manchas. A mãe, no entanto, teria falado que levou ao posto porque a lei exigia que a vacina dos filhos estivessem em dia, além da pesagem. A versão dela foi confirmada pelos funcionários do local.
Na manhã seguinte após a internação, o laudo de corpo de delito teria constatado as lesões graves, principalmente nas orelhas do bebê, causados possivelmente por tapas. Elas estavam muito inchadas e com marcas roxas. Havia cicatrizes brancas por diversas partes do corpo, mas o exame não conseguiu confirmar se as causas foram de fato queimaduras por cigarro.
Diante da gravidade do caso, foi pedido a prisão preventiva do casal, deferido no mesmo dia pelo Poder Judiciário. Atualmente ambos estão presos.
Em entrevista o site Paranaíba Notícias, a delegada relatou a comoção que o caso causou. “É possível que esta criança apanha desde o nascimento, pois tem um familiar que prestou depoimento posteriormente e disse que encontrou o bebê com o rosto inchado e uma mancha roxa próxima à orelha, antes de completar um mês. Então é uma situação que causa comoção até na delegacia, tamanha covardia”, contou.
Ainda segundo Maira Cogo, causou bastante estranheza o comportamento da mãe, pela apatia e por não conseguir ver a gravidade do que estava acontecendo. Segundo a delegada, há indícios de que ela sofra violência doméstica.
“Familiares disseram que ela sofre violência doméstica, que ela não conseguia falar sozinha. No posto de saúde, ela sempre ficava quieta e ele respondia por ela. Isso foi confirmado pela equipe médica”, explica.
O bebê ficou internado por uma semana e, ao receber alta, foi entregue para a avó materna. A polícia pediu um laudo complementar para conseguir confirmar que as cicatrizes foram causados por cigarro. O caso é investigado.