Em nove anos, mulheres e crianças representam a maioria dos imigrantes no Brasil. De 2013 a 2022, o número de pedidos de refúgio feitos por mulheres passou de 10,5% para 45%, segundo levantamento divulgado nesta quarta-feira (6) pelo Observatório das Migrações Internacionais (Obmigra). Pedidos de menores de 15 anos passaram de 6,5% para 12,2%.
O relatório anual aponta que as venezuelanas e cubanas foram as que mais fizeram solicitações para obterem a condição de refugiadas. Entre os pedidos venezuelanos, incluindo homens, mulheres e crianças, 45,9% foram de mulheres, enquanto entre os cubanos, 46,8% dos pedidos foram femininos, percentuais acima da média.
A série histórica identificou ainda aumento na participação das mulheres entre as solicitantes de residência (de longa duração) no país, de 34,1%, em 2013, para 42,9%, em 2022.
De acordo com o relatório, os estados que mais registraram mulheres imigrantes foram Roraima, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Amazonas e Rio Grande do Sul.
De acordo com o coordenador de estatística do observatório, Tadeu de Oliveira, os dados mostram mudanças no fluxo migratório, sendo que o perfil do imigrante era de homens adultos e jovens no início do levantamento.
“Esse aumento (mulheres e crianças) ocorre em detrimento daquelas faixas que vinham para o país. Aquele jovem adulto, de 20 a 39 anos, perde participação”, disse.
Nacionalidade
Os venezuelanos são a maior comunidade de imigrantes no país, que apresentaram 210.052 solicitações de refugiado entre 2013 e 2022. Em seguida, aparecem haitianos (38.884), cubanos (17.855) e angolanos (11.238).
Entre 2013 e 2022, algumas origens perderam protagonismo, sobretudo Portugal, Espanha, Alemanha e Itália, informa o relatório anual.
Mais da metade dos imigrantes ingressou e fixou residência na cidade de Pacaraima, em Roraima, que concentra 53,1% dos solicitantes.