Executado a tiros por engano, Tiago Valdecir Sandrin, de 37 anos, proprietário da Lanchonete e Pizzaria do Sandrin, foi confundido com o real alvo do atirador por causa de uma tatuagem no braço. O crime ocorreu na noite de sábado (20), na cidade de Sonora. O atirador, Rhariston Alves de Souza, de 21 anos, conhecido como “Sem Fronteiras”, morreu após trocar tiros com a Polícia Militar (PM) no domingo (21).
O delegado Geral de Polícia Civil falou brevemente sobre o caso durante coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (22). Ele confirmou que a tatuagem era uma das características que Tiago Valdecir e o real alvo, o funcionário da pizzaria, tinham em comum.
“Na pizzaria, se deparam (os executores do crime) com uma pessoa com a tatuagem no braço e, obviamente, quando se pratica um crime como esse ninguém tem tempo para ficar analisando a vítima”, diz. “Provavelmente estavam sob efeito de drogas e há também toda a adrenalina que envolve um crime como esse”, completa Gurgel.
Sandrin era o proprietário do estabelecimento e havia recém assumido o caixa, quando o atirador chegou. Rhariston ocupava a garupa de uma motocicleta, aparentemente de cor azul, foi direto até a vítima e disparou diversas vezes. Na sequência, saiu efetuando vários disparos para cima e fugiu com o comparsa que conduzia a moto.
Após o homicídio de Sandrin, a polícia intensificou as diligências pelos suspeitos. Na manhã deste domingo (21), recebeu informações sobre movimentação estranha em um imóvel da Rua Buritis, no Centro de Sonora. A informação era de que os dois suspeitos pela execução de Sandrin – motociclista e atirador – estavam no imóvel.
Além da moto usada no crime ter sido vista na casa da Rua Buritis, a polícia também percebeu nas imagens da câmera de segurança no entorno da pizzaria que um carro preto prestava apoio aos executores, fato que também contribuiu para a elucidação do homicídio.
Diante das informações, a polícia foi até o imóvel e houve troca de tiros, quando Rhariston foi atingido e morreu. Na casa onde ele estava havia outras cinco pessoas, entre elas dois menores, apontados como integrantes da facção criminosa Comando Vermelho (CV). Um dos rapazes confirmou que conduzia a moto utilizada na execução de Sandrin e Rhariston seria o atirador – fato que será apurado.
A moto utilizada no crime foi apreendida em outro imóvel, também alugado pela facção criminosa. Na residência da Rua Buritis, a polícia encontrou 262 munições, duas pistolas 9 mm (milímetros) e uma arma calibre 12. Também foram apreendidas porções de drogas e dinheiro.
Segundo a polícia, o caso envolve briga entre as facções criminosas Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC) para o domínio do tráfico de drogas em Sonora. O grupo preso saiu de Rondonópolis (MT) e se instalou na região para executar integrantes da facção rival.