Até R$ 10 a menos por saca leva Federarroz a pedir socorro a bancos e governo

A baixa remuneração aos produtores de arroz levou a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) em busca de medidas emergenciais com bancos e os governos estadual e federal.

De acordo com a consultoria Safras & Mercado, a projeção de estoques de passagem do cereal está em patamar recorde, indicada em mais de duas milhões de toneladas, visto que a produção deve atingir 14,2 milhões de toneladas e a demanda anual é de 12,2 milhões de toneladas.

O setor argumenta que o cenário é agravado por aumento de área plantada, maior produtividade, demanda interna enfraquecida, exportações abaixo do esperado e preços internacionais do arroz em baixa. “A combinação desses fatores vem provocando forte retração nos preços pagos ao produtor”, diz a entidade, em nota.

Como exemplo, destaca que na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sulindústrias ofertam entre R$ 60 e R$ 65 por saca com rendimento acima de 58% de grãos inteiros, enquanto produtores mantêm pedidas acima de R$ 70.

Segundo Safras & Mercado, a média estadual em maio foi de R$ 73,20, com queda de 3,11% na semana e de 39,41% em relação ao mesmo período do ano passado.

Já a nível nacional, de acordo com o Cepea, no acumulado dos últimos 12 meses, as baixas do arroz em casca chegaram a 41%, voltando aos mesmos patamares de maio de 2022.

Produtores de arroz e os bancos

Como resposta, a Federarroz negocia com Banrisul, Banco do Brasil e Sicredi o escalonamento dos pagamentos dos financiamentos de custeio, buscando aliviar o caixa do produtor e conter a pressão de venda nos meses de junho e julho.

“O Banrisul já sinalizou positivamente à proposta, e há expectativa de adesão dos demais bancos. É necessário estancar a queda de preços. Os valores atuais inviabilizam a produção. Precisamos de alternativas para que o produtor não seja forçado a vender agora”, afirmou o presidente da Federarroz, Alexandre Velho.

Medidas tributárias urgentes

No campo institucional, a entidade participou de audiência com o governador do estado, Eduardo Leite, nesta quarta-feira (4), acompanhada do setor produtivo e do subsecretário da Fazenda, Ricardo Neves.

Na reunião, foram solicitadas medidas tributárias urgentes. Segundo o diretor jurídico da Federarroz, Anderson Belloli, o governo demonstrou sensibilidade à situação e se comprometeu a buscar soluções de curto prazo, diante de preços que não cobrem os custos de produção e de perdas climáticas recentes.

Também estão previstas reuniões em Brasília na próxima semana e um encontro com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na sexta-feira (6), para discutir medidas federais diante da crise de rentabilidade dos produtores de arroz. 

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