O ex-governador encontrou-se com o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, para bater martelo sobre pré-candidatura
Após reuniões durante todo o dia de ontem em Brasília (DF), o ex-governador André Puccinelli (MDB) deve anunciar hoje a decisão sobre o seu futuro político, ou seja, se continuará ou não como pré-candidato a prefeito de Campo Grande, se vai disputar a eleição para vereador ou se vai se recolher até as eleições gerais de 2026.
O ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo do Brasil, Carlos Marun (MDB), disse, na noite de ontem ao Correio do Estado, que André Puccinelli se reuniu com o presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi, mas que o teor da conversa entre ambos somente o ex-governador poderia revelar.
Já o presidente estadual do MDB, o ex-senador Waldemir Moka, disse que não acompanhou André Puccinelli na viagem a Brasília e, portanto, também não poderia saber o que ficou definido sobre o futuro político do ex-governador, enquanto o deputado estadual Junior Mochi (MDB) disse que hoje a cúpula do partido deve se encontrar com o pré-candidato.
Ao Correio do Estado, André Puccinelli disse, na terça-feira, que iria para a capital federal falar sobre a sua pré-candidatura. “Só defino depois das reuniões em Brasília. Estou indo em busca da minha candidatura”, assegurou.
A reportagem tentou falar com o ex-governador na noite de ontem, porém, até o fechamento desta edição, não obteve sucesso.
PRIORIDADE
O Correio do Estado apurou que o presidente nacional do MDB já teria informado aos pré-candidatos a prefeito das capitais que a legenda vai priorizar com recursos financeiros a campanha de reeleição do atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes.
Diante disso, as chances de André Puccinelli obter mais recursos da Executiva nacional do MDB para a sua campanha política ficam praticamente impossíveis, o que obrigará o ex-governador a recuar do sonho de voltar ao cargo de prefeito da Capital pela terceira vez.
Em abril, o próprio Puccinelli disse à reportagem que, caso não conseguisse o recurso necessário, abriria mão da pré-candidatura. “Sem o dinheiro necessário, não vou concorrer. Sem recursos, é melhor ir pescar e cuidar dos netos”, assegurou.
No Estado, nem as lideranças do partido não acreditam mais na candidatura de Puccinelli e, conforme já divulgou o Correio do Estado, ele está pensando seriamente em disputar uma vaga na Câmara Municipal, podendo ser um campeão de votos e, dessa forma, ajudar na eleição de mais dois pré-candidatos do MDB.
Além disso, de acordo com apuração da reportagem, o ex-governador teria acertado com a senadora Tereza Cristina (PP-MS) um possível apoio à campanha de reeleição da atual prefeita Adriane Lopes com o compromisso de contar com a força política dela na campanha para deputado federal ou senador em 2026.
Porém, o PSDB, do ex-governador Reinaldo Azambuja, também estaria interessado no apoio de André Puccinelli ao pré-candidato do partido, o deputado federal Beto Pereira, e, inclusive, aceitaria ceder a vaga de vice para a filha mais nova do ex-governador, a advogada Denise Puccinelli, conforme já foi divulgado pelo Correio do Estado.
Além da falta de recursos necessários para a campanha, outro agravante para a viabilização da pré-candidatura é o sonhado apoio do PL em Campo Grande, porém, o próprio ex-presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, já teria definido caminhar com o PP de Tereza Cristina, como o Correio do Estado também já divulgou.
Ou seja, o PL estará no arco de alianças da prefeita Adriane Lopes e, portanto, sem esse apoio, o próprio André Puccinelli afirmou que não teria como disputar a prefeitura de Campo Grande, pois seria muito complicado.