Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram condenados a mais de 138 anos de prisão pela execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, nesta quinta-feira (31), no 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, no Centro da capital carioca.
O ex-policial militar Ronnie Lessa, autor dos disparos que assassinaram as vítimas, pegou 78 anos e 9 meses de prisão.
Já o também ex-PM Élcio Queiroz, que dirigiu o Cobalt usado no atentado, foi condenado a 59 anos e 8 meses de prisão.
A dupla ainda terá de pagar pensão para Arthur, filho de Anderson, até os 24 anos de idade. Eles também deverão pagar uma indenização por dano moral de R$ 706 mil para cada um dos seguintes familiares das vítimas: Arthur, Agatha (esposa de Anderson), Luiara, Mônica e Marinete (filha, viúva e mãe de Marielle, respectivamente). Além disso, devem pagar as custas do processo.
As penas correspondem aos seguintes crimes:
- Duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima).
- Tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves, assessora de Marielle que sobreviveu ao atentado.
- Receptação do Cobalt prata, clonado, que foi usado no crime.
O crime
Os assassinos confessos de Marielle e Anderson foram condenados exatos 6 anos, 7 meses e 17 dias após o crime, ocorrido em 14 de maio de 2018.
A vereadora Marielle Franco (PSOL) foi morta com 4 tiros – sendo 3 na cabeça – dentro do veículo conduzido por Anderson na Rua Joaquim Palhares, no bairro do Estácio, na Região Central do Rio, por volta das 21h30.
O motorista do veículo também levou 3 tiros e morreu. Já Fernanda Chaves, assessora da vereadora, estava no banco de trás e foi atingida por estilhaços.
Lessa e Queiroz estavam em um Cobalt prata e fugiram logo após os tiros. Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram presos em 12 de março de 2019.
Em delação, Lessa revelou quem são os supostos mandantes do crime – os irmãos Chiquinho (deputado federal) e Domingos Brazão (conselheiro do Tribunal de Contas), além de Rivaldo Barbosa, que chefiava a Polícia Civil do Rio na época do início das investigações. Ambos estão presos.
Além deles, também serão julgados entre os mandantes do crime Ronald Paulo de Alves Paula, major da Polícia Militar, e Robson Calixto Fonseca, ex-assessor de Domingos Brazão no TCE do Rio.