Você sabia que Mato Grosso abriga algumas das cobras mais venenosas do Brasil? Muitas pessoas, inclusive, já devem ter avistado uma delas sem nem imaginar o tamanho do perigo!
Por isso, o Primeira Página criou uma lista das cinco cobras mais venenosas encontradas no estado e as dicas para você se proteger de um ataque!
Perigosa ou letal?
Antes de iniciarmos nossa lista, precisamos entender a diferença entre periculosidade e letalidade: as serpentes mais letais são as que têm maior poder de peçonha, ou seja, de causar problemas no organismo humano a partir de um ataque com seu veneno.
Já as mais perigosas são as que causam maior quantidade de acidentes com seres humanos, independente da força do veneno, como explica o biólogo e guia de turismo, Marcos Ardevinoao Primeira Página.
Exemplo disso é a cobra-coral, que possui veneno letal, mas não ataca os humanos com frequência.
5º lugar – Cobra-cipó
As cobras-cipó, do gênero Philodriaspossuem coloração verde ou castanha, características que a tornam bem parecida com um galho, fazendo jus a seu nome popular.
Elas são cobras rápidas, que podem ser encontradas em arbustos ou no chão, em todo o país, medindo até 1,6 metros de comprimento.
Segundo Marcos, esse tipo de serpente não é considerada altamente perigosa para os humanos, o que pode ser explicado pelos dentes dela: eles são no fundo da boca, sem formato tubular, o que dificulta o envenenamento de uma presa.
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Então, diferente de cobras peçonhentas que injetam veneno rapidamente, a cobra cipó precisa morder e “segurar” a presa por um tempo para que o veneno tenha efeito forte. Elas se alimentam de anfíbios, como sapos e rãs, pequenos roedores, lagartos e até pequenos pássaros.
Mas, não se engane, um ataque de cobra cipó pode causar dor local, inchaço e manchas roxas na pele!
Ainda não há um soro antiofídico específico para essa serpente e o tratamento é, geralmente, realizado seguindo o protocolo para ataques de jararacas.
4º lugar – Jararaca
As jararacas são as maiores causadoras de acidentes ofídicos no Brasil.
Geralmente, as serpentes mais jovens dessa espécie usam a ponta da cauda, que é esbranquiçada, para imitar vermes, perto de riachos, cachoeiras ou rios. Mexendo a cauda de um lado para o outro, elas atraem anfíbios e roedores, por exemplo.
Em Mato Grosso, duas espécies dessa serpente são encontradas: Bothrops moojeni e Bothrops Mattogrossensisambas com veneno que age nos músculos da presa, causando muita dor e necrose local.
Em casos mais graves, a peçonha de uma jararaca pode danificar o funcionamento dos rins, causar problemas na coagulação sanguínea, paralisia muscular, dificuldade respiratória e choque hemorrágico.

Assim como as surucucus, as jararacas possuem órgãos chamados fossetas loreais, localizados entre o olho e a abertura nasal, fazendo com que elas localizem suas presas por meio de uma leitura de calor corporal no ambiente.
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Apesar da preferência por regiões com água, elas também podem ser encontradas em imediações de propriedades rurais – onde é de costume armazenar alimentos para criação de animais – além de locais com objetos empilhados, como lenha, tijolos ou telhas.
Em casos de acidentes, o soro antiofídico deve ser usado na vítima o mais rápido possível.
3º
Também conhecida como Pico-de-jaca (Lachesis Dumb), as surucucus são consideradas as maiores víboras das Américas, podendo atingir até 3 metros de comprimento, como explica o biólogo.
São serpentes lindas, encontradas em regiões de florestas ou matas tropicais conservadas, como Floresta Amazônica ou Mata Atlântica. Em Mato Grosso, costumam aparecer na região norte, por exemplo.
Elas possuem dois dentes bem desenvolvidos, móveis e tubulares, na parte da frente da boca. Devido ao seu tamanho e alcance durante um ataque, a mordida pode atingir partes acima do joelho de um humano, ou no tronco e braços.
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Vale lembrar que elas também localizam a presa pelo mecanismo da fosseta loreal, que mapeia fontes de calor no ambiente onde a cobra está.
A peçonha dessa espécie causa dor local, inchaço, necrose, diarreia, hipotensão, confusão mental, hemorragia e pode causar morte!
2º lugar – Cascavel
Considerada a segunda cobra mais perigosa do país, a cascavel tem hábito de explorar solos durante a noite. Podendo chegar a 2 metros de comprimento, elas também possuem dois dentes frontais bem desenvolvidos como os das jararacas e surucucus.
Elas têm aquele famoso chocalho na ponta do cauda, que utilizam como um som de alerta quando são incomodadas ou se sentem ameaçadas. Então, elas ficam em posição enroscada, pronta para se lançarem rapidamente contra a presa quando necessário.
A movimentação dela é rápida e a mordida forte, liberando bastante veneno! Além disso, elas também possuem fossetas loreais para identificação de calor.
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Basicamente, elas se alimentam de roedores e, nos seres humanos, o veneno de uma cascavel pode causar paralisia dos músculos do rosto, deixando a pessoa com o semblante de alguém embriagado, dores musculares, turvação visual e evoluir para uma insuficiência renal aguda.
Se o soro antiofídico não for administrado rapidamente, a mordida da cascavel pode matar uma pessoa!
1º lugar – Cobra-coral
As corais chamam atenção aos olhos! Com coloração forte e destacada, elas possuem anéis completos em volta do corpo, nas cores vermelhas, preto e branco. Em algumas espécies, o traço pode ser amarelo.
Ao Primeira Página, o biólogo Marcos explicou que elas são consideradas as cobras mais peçonhentas do Brasil, com veneno que afeta diretamente o sistema nervoso central, causando falta de ar, paralisia de músculos importantes como o coração e, eventualmente, levando à morte.
Diferente de outras cobras, a mordida de uma coral não causa dor local, pois os dentes são pequenos. Apesar disso, mesmo com uma pequena quantidade de veneno injetado nas presas ou vítimas, a peçonha é forte, causando graves problemas.
Outro ponto interessante sobre essa serpente é que ela pode se alimentar de outras cobras!
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Geralmente, ela tem hábito fossorial, ou seja, passam a maior parte do tempo explorando embaixo da terra, saindo para se alimentar e acasalar.
Por isso, os acidentes com esse tipo de cobra não são comuns, apesar da força do veneno que ela possui, e podem acontecer quando uma pessoa tenta manusear o animal, como alerta o especialista.
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