Ano especial que, conforme as tradições cristãs, acontece periodicamente, em comunhão com as demais igrejas católicas do globo a Arquidiocese de Campo Grande abre, no próximo dia 29 de dezembro, o “Jubileu de 2025”, com uma peregrinação de cruzes históricas pela Cidade Morena, desde uma que recebeu a vinda do Papa João Paulo até outra quase centenária em Mato Grosso do Sul.
Durante a manhã desta sexta-feira (20), em coletiva na Cúria Metropolitana de Campo Grande, o Arcebispo da Arquidiocese da Capital, Dom Dimas Lara Barbosa, repassou o lançamento do próximo ano jubilar junto dos padres, Wellington José de Castro; Gabriel da Silva Gonçalves e do seminarista, Maurício Silva de Andrade.
Como bem esclarece Dom Dimas sobre o termo de origem bíblica, considerado que Jesus tenha nascido no ano um de nossa era, esse “jubileu” ou grande alegria, aconteciam em datas espaçadas, sendo inicialmente a 200 anos, sendo encurtada para 100; 50 e, nos últimos tempos, a cada 25 anos.
“Estaremos completando 2025 anos do nascimento de Jesus. No ano que vem, nós teremos duas grandes celebrações: o jubileu da encarnação, mas no ano que vem, nós estaremos comemorando também 1.700 anos do Concílio de Niceia”.
Segundo o Arcebispo, esse dito concílio, o primeiro da igreja católica, acontecido em 325 depois de Cristo, vai cunhar uma expressão que, até hoje, a gente reza quando professa o credo mais domo da igreja, quando se diz que: “Ele é Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial, por ele todas as coisas foram feitas”.
“Então, a partir daquele momento, a igreja usando uma linguagem que não era bíblica, ela lançou os fundamentos da fé bíblica de todos os tempos”, complementa Dom Dimas.
Cruzes históricas
Assessor Eclesiástico dos Servidores do Santo Altar, dos populares coroinhas, Padre Gabriel da Silva Gonçalves explica que foi pedido por parte do Papa Francisco que uma cruz histórica fosse colocada em peregrinação.
“Nós temos uma na paróquia São José, que estava no altar e foi usada quando o Papa João Paulo II veio ao Campo Grande. Ela sairá da Paróquia São José e será carregada pelos fiéis até a igreja catedral, lembrando o sinal da nossa redenção”.
Além dessa, ele cita que uma segunda cruz quase centenária, que está no santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e chegou em 1940 em Campo Grande, também será uma cruz peregrina.
“Como cada paróquia fará peregrinação, cada movimento pastoral, serviços tanto da igreja quanto da vida civil, esta cruz acompanhará também essas celebrações”, ressalta.
Também o Padre Wellington José de Castro relembra que, este 2024 em específico é tido como o “ano da oração”, inclusive já em preparação para o jubileu de 2025, para viver essa esperança.
“Assim como acontecerá em Roma, como será aberto no dia 24, véspera do Natal, pelo Papa Francisco na Basílica de São Pedro, nas dioceses do mundo todo, no dia 29 terá a abertura do Jubileu, que vai ser uma procissão seguida pela Santa Missa”.
Ele ainda destaca que, durante todo o decorrer de 2025 a igreja católica estará concentrada na realização de atividades, que devem contemplar diversos grupos não só de fiéis, mas também em ações de lembrança à profissionais da esfera civil, como por exemplo:
- Direito
- Educação
- Universitários
- Segurança Pública
- Saúde
“Ao longo de todo o ano haverão esses momentos em datas já definidas e logo serão divulgadas, mas também o jubileu do bispo, dos padres, dos seminaristas, dos religiosos, enfim, todos aqueles, diversos setores de fiéis, diversas categorias, para viverem um dia voltado a eles”, cita.
Paróquias peregrinas
Sendo as peregrinações a lugares santos uma das principais características de um jubileu, seja esse ordinário que acontece a cada 25 anos ou o extraordinário da misericórdia, peregrinos de todo o mundo poderão procurar as “igrejas jubilares” para obter as chamadas indulgências plenárias.
“Na Diocese, na Arquidiocese de Campo Grande, nós teremos sete dessas igrejas jubilares, em que ao longo de todo o ano será possível a peregrinação, e não somente como um grande grupo, mas mesmo as idas individuais para rezares e focais, para poder, desse modo, cumprir as exigências, as condições também do grado, que a Igreja chama de indulgência plenária”, afirma o Padre Wellington.
Diante disso, abaixo você confere a relação dessas chamadas “paróquias peregrinas” que terão datas e programações especiais durante o jubileu de 2025.
- Catedral N.Sra. Da Abadia e Santo Antônio de Pádua;
- Santuário N.Sra.Aparecida (Bandeirantes)
- Santuário Nossa Senhora da Abadia
- Santuário Estadual N.Sra.do Perpétuo Socorro
- Santuário São Judas Tadeu
- Santuário Santo Antônio de Pádua (Terenos)
- Santuário da Adoração Perpétua
Cabe esclarecer que a indulgência é a remissão em Deus, das penas que permanecem mesmo após o perdão dos pecados em confissão, que pode ser parcial ou plenária, dependendo da liberação total ou de apenas parte da pena devida.
Sendo que a busca pela indulgência plenária pode ser feita tanto em grupo quanto sozinho, para receber é preciso a realização de uma “obra indulgenciada”, ou perdoada, que atenda as três condições seguintes, além de rejeitar qualquer apego ao pecado:
- Confissão
- Comunhão
- Oração pelo Papa
Como bem pontua o seminarista Maurício, esse momento entre a religião se mostra oportuno não só para renovação da esperança em si, mas também de levar esse sentimento a outras pessoas
“Num mundo pós-Covid, passamos recentemente, um período tão difícil para tantas pessoas, onde muitas estão desesperançosas, em meio a tantas guerras… então esse tema que o Papa propõe é para nos reanimarmos, entre outros fatores, e que possamos caminhar juntos”, diz.