Um ônibus que supostamente era utilizado para o transporte escolar foi interceptado pela PRF nesta quinta-feira (06) com 1.632 quilos de macona na BR-158, em Paranaíba. Longe de ser um caso isolado, é somente mais uma das quase incontáveis apreensões de maconha em Mato Grosso do SUl e ajuda a confirmar que interceptações deste tipo de entorpecente voltaram a aumentar, enquanto que as de cocaína estão fazendo o caminho inverso.
Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) relativos aos cinco primeiros meses do ano mostram que as apreensões de maconha aumentaram em 84% na comparação com igual período do ano passado, saltando de 65.897 quilos para 121.417.
Enquanto isso, as apreensões de cocaína nas rodovias de Mato Grosso do Sul caíram quase pela metade. Entre janeiro e maio do ano passado foram recolhidos 8.597 quilos pelos agentes da PRF ao longo das rodovias no Estado.
Em 2024, a soma das interceptações caiu 45%, ficando em 4.698 quilos. Mesmo assim, a instituição ainda é responsável por cerca de 60% de toda a cocaína interceptada no Estado no ano.
Os números mostram a inversão de uma tendência que ocorria fazia três anos, com queda nas apreensões de maconha e aumento nas interceptações de cocaína. Em 2021 haviam sido pouco mais de 5 toneladas de cocaína. No ano seguinte foram mais de dez toneladas e ao final de 2023 o volume superou as 14 toneladas.
Enquanto isso, conforme dados da Sejusp, as retensões de maconha recuaram de 765 toneladas, em 2020, para 420 no ano passado, o que representa queda de 45%.
Neste ano, em cinco meses, o volume já se aproxima da metade de todo o ano passado e o período das maiores apreensões é, normalmente, a partir de junho, após a colheita da maconha no Paraguai.
PARANAÍBA
A mais recente apreensão de maconha, no “ônibus escolar” ocorreu em Paranaíba, a cerca de 700 quilômetros da região de fronteira com o Paraguai. E, segundo a PRF, o fato de o veículo conter uma inscrição em espanhol, “salida” em vez de “saída”, despertou a curiosidade dos agentes, que por isso decidiram revistar o veículo.
E foi justamente nesta região de Paranaíba que no ano passado foram feitas pelo menos oito grandes apreensões de cocaína, totalizando em torno de 2,4 toneladas somente naquela região da BR-158. Neste ano, porém, o cenário mudou.
Não está claro, porém se o narcotráfico mudou suas estratégias, utilizando outras rotas e meios de transporte, ou se a fiscalização da PRF está menos rigorosa.
Em nota, porém, a assessoria da instituição informou que “a dedicação e eficiência da PRF permanecem constantes, garantindo que o trabalho de combate ao crime siga ocorrendo de maneira eficaz”.
A assessoria diz ainda que “a PRF investe constantemente na capacitação de seu efetivo, em tecnologia e em inteligência policial. Esses esforços são cruciais para retirar de circulação o maior número possível de entorpecentes, enfraquecendo as organizações criminosas e reforçando a segurança pública para toda a população. Além disso, diversos outros fatores podem influenciar os números de apreensões, como a safra das drogas e as rotas utilizadas pelas organizações criminosas”