Considerado braço direito do vereador licenciado de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB), o assessor Carmo Name Júnior recolocou a tornozeleira eletrônica nesta segunda-feira (4). Ele havia retirado o equipamento na semana passada (28), mas decisão judicial posterior determinou a prorrogação do monitoramento eletrônico por mais seis meses para ele e o ‘chefe’.
No mesmo dia em que houve a retirada da tornozeleira eletrônica, o juiz Fernando Moreira Freitas da Silva, de Sidrolândia, proferiu decisão prorrogando a medida cautelar a sete réus por corrupção no município do interior: Claudinho Serra, Carmo Name Júnior, Ricardo José Rocamora, Ana Cláudia Alves Flores,Marcus Vinicius Rossentini de Andrade Costa, Thiago Rodrigues Alves e Ueverton Macedo da Silva (Frescura) – que está preso por compra de votos, mas se sair da prisão deverá utilizar o equipamento -.
Na decisão, o magistrado ressaltou o fato de que o esquema comandado pelo vereador do PSDB causou muitos prejuízos à sociedade. “Verificou-se, à primeira vista, que o cometimento dos crimes que violaram o caráter competitivo de inúmeros processos licitatórios, aliado ao desvio de dinheiro público, face à não prestação ou não entrega dos produtos contratados, causou vultuoso dano ao erário, a resultar, necessariamente, em prejuízo de toda a sociedade”, diz trecho da decisão.
Na tentativa de se livrar do monitoramento eletrônico, Claudinho chegou a apelar que possui emprego lícito de vereador, o qual não exerce desde o dia 2 de abril. Depois disso, ficou 23 dias preso. Ao sair, entrou com licença remunerada de 120 dias e, por fim, vem apresentando atestados médicos seguidos para não comparecer à Câmara Municipal.
Recentemente, o empresário e advogado Milton Matheus Paiva também se livrou da tornozeleira. A retirada da medida ocorreu após o investigado firmar acordo de delação premiada com a Justiça.
Vereador do PSDB comandou esquema de corrupção em Sidrolândia
O parlamentar é ex-secretário de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia. Está implicado nas investigações da 3ª fase da Operação Tromper, deflagrada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
Claudinho Serra e outros 22 viraram réus, em 19 de abril, após o juiz da Vara Criminal da comarca de Sidrolândia, Fernando Moreira Freitas da Silva, aceitar a denúncia apresentada pelo MPMS.
Investigações do Gecoc e delação premiada do ex-servidor Tiago Basso da Silva apontam supostas fraudes em diferentes setores da Prefeitura de Sidrolândia, como no Cemitério Municipal, na Fundação Indígena, abastecimento da frota de veículos e repasses para Serra feitos por empresários. Os valores variaram de 10% a 30% do valor do contrato, a depender do tipo de “mesada”.