Após matar esposa e filha, João fingiu desaparecimento para sogra e cunhada: ‘fingi desespero’

Após assassinar a esposa Vanessa Eugênia Medeiros, de 23 anos, e a filha Sophie, de 10 meses, João Augusto Borges de Almeida, de 21 anos, tentou simular um desaparecimento. No dia seguinte ao crime, ele chegou a ir até a delegacia registrar boletim de ocorrência. Antes, também mandou mensagens para a cunhada e a sogra fingindo preocupação e dizendo que Vanessa havia saído e não retornado.

“Meu raciocínio foi: na hora do meu intervalo a gente teria conversado, ela teria falado que iria sair com um grupo de mães, de amigas, e nisso algo teria dado errado”, contou ele em depoimento.

João ainda completou: “Eu até mandei mensagem para minha cunhada dizendo que ela não tinha voltado, que fiquei acordado esperando até uma hora da manhã e nada, que acabei pegando no sono e no que acordei pensei que ela estaria em casa, que ouvi barulho no portão, vi que não era nada e então fingi desespero”.

O crime aconteceu na segunda-feira retrasada (26), na residência da família, no bairro Jardim São Conrado, em Campo Grande. João estrangulou a esposa com um golpe de mata-leão, após uma discussão iniciada por conta de uma compra que ele esqueceu de fazer.

Questionado sobre por que matou as duas, ele alegou ter tido uma “explosão de raiva incondicional”. A “explosão” aconteceu após uma discussão durante a tarde, por volta das 16h.

“Eu cheguei em casa e não tinha comprado o leite e cotonete da pequena. Qualquer coisa era motivo de discussão. Eu estava cansado e me descontrolei”. Em seguida, ele partiu para cima da mulher, dando um mata-leão.

Vanessa foi pega de surpresa. “Na discussão eu tentei acalmá-la, mas na hora que fui dar um beijo de despedida e ela me deu um tapa. Aí eu parti para cima. Foi o tapa que foi o estopim”.

Ele conta que a agrediu no intuito de matá-la, devido à raiva. “Eu não consegui me controlar”. A morte aconteceu no quarto do casal, em frente a bebê.

Sophie também teria sido morta devido ao momento de raiva. “Eu não estava controlando meu corpo”, conta. Em seguida, “eu puxei o corpo das duas até o banheiro, me arrumei e fui pro trabalho”, explica.

À noite, ao perceber o mau cheiro dos corpos, voltou para casa, comprou gasolina, envolveu as vítimas em cobertores e as colocou no porta-malas de um Volkswagen Gol. Em seguida, dirigiu até uma área de mata no Indubrasil, onde os corpos foram encontrados carbonizados.

No dia seguinte (27), tentou manter a farsa e procurou a delegacia para denunciar o falso desaparecimento. No entanto, imagens de câmeras de segurança já mostravam o carro usado por João circulando próximo ao local onde os corpos foram encontrados. Ele foi preso na delegacia e confessou os assassinatos.

Durante o depoimento, João revelou que não aceitava o fim do relacionamento com Vanessa, que já havia tentado várias vezes terminar. “Ela queria separar, mas eu queria tentar continuar o relacionamento. Tentei diversas vezes, mas ela não quis”.

A motivação, segundo ele, envolvia também medo de ter que pagar pensão. “Estava com medo da pensão ser muito alta, de não conseguir sustentar elas”. Ainda no interrogatório, afirmou não sentir arrependimento. “Não senti nada”.

João teve a prisão em flagrante convertida em preventiva após audiência de custódia realizada na quinta-feira (29). Ele responde por duplo feminicídio qualificado e destruição de cadáveres.

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