Acusada de matar o músico Eli Álvaro Silva Resende, de 41 anos, com tiro na cabeça, a ex-mulher da vítima assistiu a um programa de TV, jantou e dormiu na casa da amiga, que também responde por ter escondido a arma usada no crime. À polícia, a amiga contou que até então não sabia do crime.
Conforme o depoimento dela na delegacia, a mulher disse que conhece a autora há 10 anos. Dessa forma, explicou que na noite de domingo (19), por volta das 20h, assistia a um programa de TV quando a autora chegou em uma motocicleta Honda Biz de cor amarela e prata. Ela também contou que a mulher foi à sua casa assistir ao programa. Em seguida, jantou e dormiu na residência, sem falar sobre o que tinha feito.
Então, na manhã do dia seguinte, pediu para que a amiga guardasse uma bolsa de crochê com um revólver calibre .38 e 17 munições.
A mulher ainda contou aos policiais que sabia que a amiga andava armada e por isso não desconfiou do pedido, já que tinha amizade de muito tempo.
A bolsa estava guardada em um quartinho nos fundos da residência. A arma, de acordo com a amiga, teria sido adquirida pela autora anos atrás para segurança pessoal ao andar pelas ruas.
Para ambas, foi arbitrada fiança de R$ 1.412, para que possam responder em liberdade.
A autora foi presa em casa na manhã de terça-feira (21).
Namorada
Ó Jornal Midiamax conseguiu contato com a companheira de Eli pelas redes sociais. Bastante emocionada em uma mensagem de voz, Gabriela Tardelli conta que Eli foi morto pela ex-esposa, que invadiu a casa dele. “Mataram o amor da minha vida, arrancaram de mim o amor da minha vida. Ele iria vir para cá, estava tudo certo. Essa mulher tirou o amor da minha vida, por doença, não sei. Eles nem estavam mais junto há nem sei quanto tempo”.
Com a voz tomada pelo choro, Gabriela conta que ela e Eli se conheceram por meio da religião, o Candomblé. “Ele era irmão de santo do meu pai de santo. Começamos a conversar por amizade, eu na minha cidade e ele na dele (…) Todo dia a gente se ligava e conversava, iríamos casar um com o outro”, explica.
O músico ficou 15 dias em Franca, onde Gabriela mora. A companheira relembra com carinho dos momentos. “Foram os melhores 15 dias da minha vida. O que a gente teve foi um encontro de almas, uma conexão de outras vidas”, explica.
Assassinato
O crime aconteceu por volta das 4 horas da madrugada de domingo (19) quando vizinhos ouviram uma discussão e um único disparo. Para os policiais, as testemunhas contaram que a mulher teria dito: “Você teve com outra aqui né filho da p*, está me traindo”. Logo em seguida à briga ocorreu o disparo.
Após o tiro, o barulho de uma motocicleta foi ouvido pelos vizinhos que ao saírem para ver o que havia ocorrido encontraram o morador morto com um tiro na cabeça, na varanda de casa. Segundo as testemunhas, Eli morava sozinho.