O convênio é uma parceria com Sanesul e Sesai, irá beneficiar 18 aldeias indígenas na área prioritária da Itaipu e será lançado nesta quinta-feira (21)
Schimene Weber –
Após realizar investimentos em Dourados, a Itaipu Binacional lançará, no dia 21 de novembro, próxima quinta-feira, convênio de abastecimento de água para aldeias indígenas em Ponta Porã com o aporte de R$ 60 milhões.
O convênio será voltado para a implementação, ampliação e melhoria de sistemas de abastecimento de água em aldeias indígenas localizadas na área prioritária de atuação da Binacional. Esse investimento é realizado em parceria com a Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul) e a Sesai (Secretaria de Saúde Indígena).
O projeto garantirá água potável a aproximadamente 35 mil indígenas Guarani Kaiowá, que serão beneficiários diretos da implantação do sistema. Além disso, cerca de 41 mil também se beneficiarão indiretamente da elaboração de projetos básicos e executivos de sistemas de abastecimento de água. A etnia Guarani Kaiowá enfrenta atualmente uma situação de extrema vulnerabilidade de segurança hídrica.
Aldeias de Dourados também foram beneficiadas
A Itaipu Binacional investirá R$ 49 milhões no projeto de abastecimento de água nas aldeias Jaguapiru e Bororó, ambas na Reserva Indígena de Dourados.
O projeto de implantação de uma rede de abastecimento de água na Reserva Indígena de Dourados dentro do novo PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, do Governo Federal, está sendo discutido desde o ano passado.
No entanto, segundo explicou o ministro, questões orçamentárias impediram a inclusão no PAC. Diante disso, o deputado federal Geraldo Resende (PSDB), autor da proposta, solicitou uma via alternativa de financiamento do projeto.
Segundo o deputado, o ministro garantiu que tão logo passem as eleições, ele deverá ir a Dourados para anunciar os recursos que serão bancados pela Itaipu, em parceria com o Governo Federal.
O problema de falta de água potável nas Reserva Indígena já atravessa décadas e afeta milhares de famílias nas aldeias.
“Espero que não seja mais uma promessa que caia no esquecimento”, disse uma liderança da Aldeia Jaguapiru à reportagem do Jornal Midiamax.
De acordo com relatos de moradores e lideranças indígenas, a situação está cada vez mais ‘insuportável’. Sem um programa de saneamento capaz de solucionar o problema, que já é considerado crônico, com o calor as mazelas da Reserva Indígena Federal ficam ainda mais visíveis.
“Não sei onde iremos parar com esse descaso que afeta nossas comunidades. Todo dia eu acordo sem saber se teremos água pra beber, cozinhar e tomar banho. Hoje mesmo vamos ter que cortar o banho”, disse uma moradora da Aldeia Jaguapiru à reportagem do Jornal Midiamax durante o verão do ano passado.