Dr Brás, como era conhecido o médico Edvandro Gil Braz, assassinado na manhã de segunda-feira (18) a facadas dentro do posto de saúde da cidade, era apaixonado por cavalos.
Nas redes sociais do médico há diversas fotografias e compartilhamentos de cavalos, algumas dele mesmo com os animais.
A ABQM (Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Quarto de Milha) divulgou nota de pesar pelo falecimento dele, afirmando que ele era quartista, quem compra e cria cavalos da raça Quarto de Milha. Ele também era um grande incentivador da raça.
Braz era criador e foi membro da Comissão de Ética da ABQM nesta última gestão.
“A ABQM se despede com profundo pesar e pede a Deus que conforte todos seus familiares e amigos”.
A Prefeitura de Douradina, onde Braz era médico clínico geral também emitiu nota de pesar pelo falecimento.
Edvandro era clínico geral no PSF I. Dr Bráz iniciou sua carreira em Douradina como médico contratado e em junho de 2008 tomou posse no concurso público municipal como Clínico Geral.
Foram quase 20 anos de serviços prestados à Saúde de Douradina.
“Dr Bráz deixa um legado de amizade e companheirismo entre aqueles que tiveram a oportunidade de trabalhar com ele ao longo desses anos”.
O médico será sepultado hoje (19), às 16 horas, na cidade de Colorado, interior do Paraná. O corpo do médico foi trasladado por volta das 18h30.
Assassinato
Segundo o boletim de ocorrência, a vítima estava trabalhando no posto de saúde. Então, o suspeito o atacou e, em seguida, fugiu para uma mata próximo a uma estação de tratamento de água da cidade.
Com isso, testemunhas acionaram os militares do 3º BPM (Batalhão da Polícia Militar), que localizaram o homem, prenderam e encaminharam para a delegacia de Dourados.
Polícia Civil foi ao local, bem como uma equipe da Perícia Científica, para realizar os levantamentos. No posto de saúde, alguns funcionários relataram à polícia que o motivo seria uma vingança.
Informações obtidas pela reportagem do Jornal Midiamax são de que o suspeito teria premeditado o crime, já que teria comentado com a irmã na noite de domingo (17) que iria matar o médico em razão de um atendimento realizado por ele, que causou o aborto de sua ex-companheira há mais de três anos.
Contudo, a familiar explicou à polícia que não acreditou nas falas do suspeito, visto que ele estava sob uso de drogas naquela noite. O suposto atendimento que o suspeito alega como motivação será apurado pelas autoridades policiais.
Na manhã desta segunda (18), o rapaz chegou ao posto de saúde se passando por um paciente, realizou a ficha de atendimento e ficou aguardando. Ele era o quarto paciente na fila, mas acabou invadindo o consultório do médico e o esfaqueou.
No momento em que foi surpreendido pelo rapaz, o médico atendia uma paciente, que tentou conter o suspeito usando um guarda-chuva. Ainda segundo informações obtidas pela reportagem, funcionários da unidade de saúde também tentaram conter o rapaz, mas não conseguiram.
Prisão e morte do assassino
Gabriel Nogueira da Silva, 27, assassino confesso do médico, morreu antes de fazer cirurgia, após ser baleado. Inicialmente, o ferimento parecia não ter sido grave, mas ele foi levado para o Hospital da Vida e morreu antes de passar por uma cirurgia.
Ele tentou fugir quando chegava à delegacia de Itaporã, para onde foi transferido. Conforme o registro policial, ao chegarem em frente à delegacia, o compartimento de presos foi aberto, momento em que Gabriel fugiu e três policiais correram atrás dele.
Alcançado, ele resistiu à prisão e tentou tomar a arma de um dos investigadores, quando foi atingido por um disparo na região do quadril. Ele foi encaminhado ao hospital de Itaporã e depois ao Hospital da Vida, em Dourados, onde morreu na noite desta segunda.
Segundo informações do Hospital de Dourados, Gabriel chegou consciente e orientado, para ser submetido a uma cirurgia. Porém, antes mesmo de ser medicado para ser levado ao centro cirúrgico, começou a passar mal e acabou morrendo.