A antiga loja de materiais de construção da Bigolin, localizada na Rua 13 de Maio, em Campo Grande, será transformada na sede de uma igreja evangélica. A igreja adquiriu o imóvel por aproximadamente R$ 19 milhões, marcando o fim de uma era para o maior ponto de venda do Grupo Bigolin, que teve sua falência decretada em 2021.
O imóvel não fazia parte da massa falida do Grupo Bigolin quando foi leiloado em 2022. A negociação, que ocorreu em 27 de julho daquele ano, envolveu a corretora paranaense Carames e Martins Imóveis Limitada, e o prédio foi arrematado por R$ 9,360 milhões.
Com uma área total de terreno de 7.263,92 m² e 5.332,71 m² de área construída, o imóvel estava incluído no lote 3 e possuía pendências no IPTU, que foram quitadas somente neste mês. Em maio de 2023, o Campo Grande News reportou que a intenção era revender o imóvel por R$ 25 milhões.
A venda foi finalizada há cerca de duas semanas pela IECG (Igreja Evangélica Comunidade Global), por R$ 19 milhões. A IECG já possui quatro unidades em Campo Grande, localizadas nos bairros Aero Rancho, Vila Margarida e Los Angeles, além da sede na Rua 14 de Julho, no centro da cidade. A igreja também tem presença em outras cidades, incluindo Ribas do Rio Pardo, Dourados, Ponta Porã, Araraquara (SP), Palhoça (SC) e Vila Velha (ES).
Apesar da venda, placas de “vende-se” ainda estão na fachada do prédio, juntamente com uma placa indicando que o imóvel está “Livre e desembaraçado de qualquer ônus”. No interior, ainda é possível ver placas de divulgação dos produtos que eram comercializados na loja.
O fim do Grupo Bigolin
O Grupo Bigolin era composto pelas empresas Ângulo Materiais de Construção e Serviços, Bigolin Materiais de Construção, Casa Plena Materiais de Construção, D & D Comércio, Construção e Serviços e Nara Rosa Empreendimentos Imobiliários. Em 11 de fevereiro de 2016, os proprietários do grupo entraram com pedido de recuperação judicial, citando um mercado competitivo e margens de lucro reduzidas.
Ao longo dos anos, o grupo enfrentou dificuldades como aumento de juros, inadimplência de contratos e necessidade de empréstimos. Em 2015, iniciou-se uma redução gradual do quadro de funcionários, que passou de 600 para 350.
Em 2016, a empresa tinha dívidas de R$ 54 milhões e recorreu a empréstimos para evitar a falência. A recuperação judicial foi deferida em 17 de março de 2016, mas a situação financeira piorou, levando à decretação de falência em 2019. A decisão foi revista pelo TJ-MS, mas a falência foi decretada novamente em agosto de 2021.
O processo inclui acertos com ex-fornecedores e ex-funcionários, com débitos pendentes sendo administrados pela Cury Administradora Judicial.