Candidato do PSDB afirma que caos na rede de assistência reproduz crise de gestão e paralisia econômica
Segurança e conhecimento de causas. Esta foi a impressão que deixou o candidato do PSDB à Prefeitura de Campo Grande, o deputado federal Beto Pereira, ao participar do debate organizado pelo Portal Primeira Página, da Rede Mato-grossense de Comunicação (RMC). Ele foi incisivo ao propor que antes de construir um grande e necessário hospital, a gestora da cidade precisa tirar a saúde pública da UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
“Ninguém pode ser contra a construção de um hospital. Mas, antes disso, é preciso colocar a casa em ordem”, respondeu Beto a uma pergunta maliciosa da prefeita Adriane Lopes, candidata do PP. Ela tentou enredar o tucano para carimbá-lo como opositor da obra hospitalar que ela anunciou. “Queremos, sim, o hospital, mas queremos primeiro o básico. Precisamos reformar, equipar e estruturar as nossas seis UPAS, os quatro CRSc e as mais de 40 UBSs que estão em situação crítica”, disparou Beto.
Em seguida, acrescentou: “Precisamos, antes, valorizar o pessoal da saúde, que para receber o que é seu de direito precisa ingressar na justiça. Quero resolver a rede de atenção básica, consulta, exame na hora, remédio na farmácia do posto. É assim que vamos desafogar as UPAS para melhorar o atendimento de urgência”, assinalou. O candidato salientou que um hospital é para prestar atendimento público pelo SUS. “Essa história de gestão privada do hospital, terceirização da saúde está muito mal contada”, questionou.
ESTAGNAÇÃO
Outro tema focalizado pelo candidato do PSDB foi o desafio do crescimento, que não deslancha e reflete a cruel estagnação econômica na cidade. Comparou então as realidades entre gestões do Estado e da Capital. Fez uma análise sobre os avanços de Mato Grosso do Sul nos últimos 10 anos, com 30% de crescimento real, descontada a inflação. No mesmo período, Campo Grande diminuiu sua economia em 1,59%. Esta afirmação evidenciou uma preocupação com o desempenho econômico da capital em contraste com o avanço do restante do estado.
Depois de observar que não há uma efetiva política pública de fomento do Município capaz de atrair os investimentos, Beto lamentou o descaso da gestão com os empreendedores em todos os níveis. Disse então que a falta de investimentos em Campo Grande se deve, em grande parte, à burocracia que permeia o ambiente de negócios na cidade. “Na cidade o empreendedor não encontra ambiente favorável de negócio. Ninguém consegue vencer a burocracia que Campo Grande oferece para quem quer empreender”, disse Beto, enfatizando as barreiras que dificultam o crescimento da economia local.
Como reflexo deste cenário, o desenvolvimento econômico está migrando para as cidades do entorno, entre as quais Ribas do Rio Pardo, Sidrolândia, Terenos e Jaraguari, exemplificou. Segundo Beto Pereira, o ICMS diminuiu na capital por causa da queda na movimentação econômica de Campo Grande, perdendo empresas e investimentos.
“Nós iremos estender o tapete vermelho aos empreendedores e buscar o desenvolvimento de Campo Grande aproveitando aquilo que está acontecendo no Estado de Mato Grosso do Sul. O ICMS de Campo Grande baixou porque o valor adicionado, que é movimentação econômica de Campo Grande, baixou. Há 12 anos, era 23% e hoje são 11% porque a economia de Campo Grande está minguando”, arrematou.