O requerimento apresentado pelo deputado Pedro Caravina (PSDB) acerca da instabilidade do sistema Sigo em Mato Grosso do Sul foi aprovado pelos parlamentares da Assembleia Legislativa. Agora, deputados aguardam respostas da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança).
Conforme o deputado disse ao Midiamaxagora é preciso aguardar posicionamento do secretário Carlos Videira. “O requerimento agora é encaminhado e tem prazo para resposta da Sejusp. Iremos aguardar as informações”, disse.
O deputado Zé Teixeira (PSDB) é coautor do requerimento.
Na última semana, o Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul) relatou que há algum tempo o sistema tem apresentado lentidão, o que tem levado a demora no registro de boletins de ocorrência e, consequentemente, trazido transtornos para a população.
Ó Midiamax também mostrou que a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) já gastou mais de R$ 6 milhões com o Sigo, que vem apresentando instabilidades desde o início de abril, ou seja, há cerca de um mês.
Outro pedido de informações é sobre os bloqueadores de celulares em presídios, tema que também virou pauta após denúncias que criminosos têm acesso a celulares e organizam crimes dentro da cadeia
Foram feitos os seguintes pedidos de informações:
- Se recentemente houve renovação de contrato entre a SEJUSP e o sistema SIGO e qual o prazo de vencimento;
- Se o sistema SIGO vem cumprindo com os deveres assumidos no contrato;
- Se o contrato vigente entre a SEJUSP e o sistema SIGO é emergencial;
- Se há providência sendo tomada pela SEJUSP com relação à instabilidade recorrente do sistema SIGO, que vem gerando transtornos à população;
- Se o contrato vigente entre a SEJUSP e o sistema SIGO contempla tecnologia para bloqueadores de celulares em presídios;
- Se há previsão de ampliar a possibilidade de registros de boletins de ocorrência on-line.
A Sejusp (Secretária de Estado de Justiça e Segurança Pública) de Mato Grosso do Sul já gastou mais de R$ 6 milhões com o Sigo (Sistema Integrado de Gestão Operacional), principal ferramenta para registros de ocorrências da polícia sul-mato-grossense, neste ano.
Contudo, o sistema apresenta desconexão, instabilidade e lentidão desde o início de abril, impossibilitando o registro das ocorrências e, mesmo assim, a empresa de software, Compnet, alega que apenas uma troca de computadores causou a oscilação no Sigo.
O Sigo possui 18 mil usuários, entre eles, PMMS (Polícia Militar) e a PCMS (Polícia Civil). E são justamente esses policiais que estão enfrentando dificuldades para registrar as ocorrências nas delegacias.
A população que foi até as delegacias nas últimas semanas lidou com transtornos, filas enormes e teve que retornar para a casa sem o registro da ocorrência devido a ‘falha’ no sistema.
Ó Jornal Midiamax levantou que neste ano foram feitos cinco pagamentos milionários a empresa de software, responsável pelo desenvolvimento do Sigo, desde junho de 2023. Os pagamentos totalizam R$ 6.194.710,34 até este mês de maio.
E mesmo recebendo milhões para manter a ferramenta em funcionamento, a Compnet apenas alega que o SGI (Sistema de Gestão Integrada) trocou seus computadores e, este seria o motivo da instabilidade.
“Há 20 dias ocorreu uma grande instabilidade porque o SGI (Sistema de Gestão Integrada) trocou seus servidores. Não tem como desligar o Sigo, ele continua rodando, mas com a troca, ocorreu essa instabilidade há 20 dias”, é o que diz Adriano Aparecido Chiarapa, proprietário da Compnet.
A Sejusp também já havia informado ao Jornal Midiamaxno dia 4 de abril, que o sistema ficou fora do ar para passar por melhorias e que a previsão era que voltasse à normalidade na próxima semana, o que não aconteceu, pois o mesmo continuou instável.
Entretanto, no dia 27 de março, o Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul) protocolou um ofício na secretaria pedindo a solução do sistema com urgência, o que mostra que são mais de 1 mês de instabilidade no Sigo.
No dia 7 de maio, uma mulher, de 35 anos, teve negado o registro de sua denúncia de quebra de medida protetiva na Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher). Ela foi orientada que voltasse para sua casa, pois com o sistema fora do ar seria impossível registrar a denúncia.
Há três semanas, a mulher esteve na delegacia para pedir a medida e precisou ficar seis horas na delegacia aguardando pelo registro. “O sistema estava caindo toda hora e lá me disseram que tem um mês que a situação está assim”, contou ao Jornal Midiamax.