O ex-presidente do Peru foi condenado a cumprir mais de 20 anos de prisão por acusações de corrupção, assim como outros líderes peruanos
Helder Carvalho –
O ex-presidente peruano Alejandro Toledo foi condenado na segunda-feira a cumprir mais de 20 anos de prisão por acusações de corrupção, após anos de procedimentos legais que começaram com sua prisão na Califórnia em 2019. Ele foi extraditado para o Peru em 2022.
O tribunal considerou Toledo, que foi presidente de 2001 a 2006, culpado de aceitar cerca de US$ 35 milhões em propinas da gigante da construção brasileira Odebrecht como parte de uma ampla teia de escândalos que derrubou autoridades dos mais altos escalões do governo em países do continente e além.
Conforme apuração da reportagem do The Washington Post, a juíza Inés Rojas, do Tribunal Superior Nacional de Justiça Criminal Especializada, em Lima, capital do Peru, impôs a sentença, dizendo que as vítimas de Toledo eram peruanos comuns, que “confiavam” nele como presidente.
Rojas disse que Toledo “tinha o dever de proteger e preservar os bens do Estado, e deveria usar aqueles que lhe foram atribuídos para o desempenho de suas funções de forma racional, evitando seu abuso”, e não o fez.
A lista de presidentes do Peru presos por corrupção e outros crimes é notável por sua extensão. Se aqueles sob investigação ou enfrentando acusações forem incluídos, ela cresce ainda mais. O país tem até uma prisão especial — embora pequena, com apenas um punhado de celas — para abrigar ex-presidentes. Toledo está pronta para se juntar a eles. No ano passado, a NPR relatou que a instalação estava lotada.
O falecido Alberto Fujimori, que governou de 1990 a 2000, cumpriu pena lá por acusações que incluíam abusos de direitos humanos na repressão de seu governo ao Sendero Luminoso, um grupo guerrilheiro militante de extrema esquerda. Pedro Castillo, presidente de 2021 a 2022, está confinado lá em prisão preventiva após uma tentativa de dissolver o congresso do país; as autoridades parecem querer evitar uma luta de extradição, como nos casos Fujimori e Toledo.
Toledo é o primeiro ex-presidente a ser condenado neste capítulo da investigação da Odebrecht no Peru. Dois outros ex-presidentes — Pedro Pablo Kuczynski, que foi colocado em prisão domiciliar, e Ollanta Humala, que também passou um tempo detido na prisão para presidentes — estão sob investigação no mesmo caso.
Outro ex-presidente, Alan García, cometeu suicídio em 2019 depois que policiais chegaram à sua casa para prendê-lo por suspeita de corrupção ligada ao caso. A filha de Fujimori, a três vezes candidata presidencial Keiko Fujimori, também passou um tempo em prisão preventiva. Ela enfrenta acusações de lavagem de dinheiro relacionadas à Odebrecht, que ela negou.
*Com The Washington Post
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