Um alerta foi emitido neste fim de semana para os policiais penais sobre um possível atentado contra os agentes, em Campo Grande, pela inteligência da Agepen-MS (Agência Estadual de Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul). Em maio deste ano, um bilhete foi interceptado na Gameleira de Segurança Máxima. O bilhete trazia ordens expressas para execução de policiais penais.
O alerta que foi difundido para os policiais penais em grupos de WhatsApp dizia que os agentes deveriam tomar cuidado em deslocamentos, além de manter a atenção redobrada em lugares que eram frequentados com assiduidade.
Ainda no alerta se fazia a menção de tomar cuidados com motocicletas, de cor preta, tipo Bros. O alerta foi emitido pela Gisp (Gerência de Inteligência do Sistema Penitenciário), onde foi descoberto pelo setor de inteligência, que ainda afirmou não ter se confirmado, mas que por precaução, os policiais penais precisariam redobrar os cuidados.
No dia 19 de maio, três policiais penais que estavam nas torres da penitenciária Jair Ferreira de Carvalho, conhecida como Máxima, foram alvos de tiros de criminosos.
O tiroteio acabou em confronto com policiais do Batalhão de Choque e um dos criminosos morto. Policiais penais que estavam nas torres do presídio perceberam uma movimentação estranha em um matagal nas proximidades, quando viram dois homens tirando fotos de um dos agentes.
Ó Jornal Midiamax entrou em contato com a Agepen para saber sobre o possível atentado e medidas tomadas, e de acordo com a Agepen:
“Alertas são emitidos como meio de precaução, tendo em vista os riscos iminentes de atuação no sistema prisional. Importante destacar que a Agepen, por meio do sua Gerência de Inteligência, atua no sentido de prevenir situações que possam trazer riscos à rotina de segurança das unidades prisionais ou mesmo situações que atentem contra a vida de servidores.
Quando identificado, o autor de ameaças é isolado em unidade de maior segurança e rigor disciplinar. No caso de servidores ameaçados, são transferidos de unidades ou mesmo afastados do serviço.”
Bilhete interceptado
O bilhete foi interceptado na Gameleira de Segurança Máxima. O bilhete manuscrito traz em alguns trechos: “destemido o papo é reto para seu XXX para XXX e seu XXX que pegar primeiro é para executar sem dó entendeu, pois referente ferramenta nós tem”. Por questão de segurança dos policiais penais, os nomes dos agentes alvos da execução estão suprimidos na matéria.
“Minha conta bruta é para pegar, pois me bateram lá na Máxima, e é para pegar sem dó, entendeu?”, estava escrito no bilhete interceptado com um detento transferido do Presídio de Segurança Máxima para a Gameleira I.
A parte final do bilhete traz: “tem dois meses que estou mandando essas ideias, mano. Vê se tá tranquilo que vou chutar na mão dos guris, entendeu. Já tão demais no MS, está na hora de dar uma resposta a altura”. Conforme escrito no bilhete que dava ordens de execução aos policiais penais que estavam na torre da Máxima.
Celulares nos presídios
Sem bloqueadores de sinal e sem combate efetivo da corrupção entre servidores, as cadeias de Mato Grosso do Sul se tornaram verdadeiros escritórios conectados com o mundo para detentos que comandam organizações criminosas a partir das celas da Agepen (Agência Estadual de Administração Penitenciária).
Assim, esquema supostamente organizado em parceria entre presos faccionados e servidores da administração penitenciária corrompidos teriam transformado as ‘telecomunicações ilegais’ um negócio milionário nas cadeias da Agepen.
Para funcionar, o esquema aproveitaria brechas intencionalmente mantidas. Dessa forma, o acesso de empresas terceirizadas, a ‘vista grossa’ para o arremesso de pacotes para dentro dos presídios, a entrada de visitas e até mesmo de servidores que burlam revistas seriam os meios de colocar aparelhos celulares nas penitenciárias de Mato Grosso do Sul.
Portanto, não importa o tamanho da prisão, todas estariam comprometidas, mostram as inúmeras ocorrências policiais que apontam como mentores intelectuais detentos sob responsabilidade da Agepen. Isso sem falar dos constantes flagrantes de celulares e até explosivos ‘guardados’ pelos bandidos na segurança das cadeias.
(Matéria editada às 10h44 para acréscimo de posicionamento da Agepen)