UM Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) anunciou a prorrogação da declaração de situação crítica de crise hídrica na Região Hidrográfica do Rio Paraguai até 31 de janeiro de 2025.
O prolongamento da medida ocorre em razão das condições alarmantes na região, que este ano registrou o nível do Rio Paraguai em -68 centímetros, o menor índice em 124 anos de monitoramento.
A decisão foi divulgada por Jaime Verruck, titular da Semadesc (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), durante o II Fórum Estadual de Mudanças Climáticas em Campo Grande.
Segundo ele, a crise hídrica reflete diretamente os impactos das mudanças climáticas. “Nós não tivemos chuva adequada para a retomada do processo de navegação, isso mostra que a mudança climática está presente no nosso cotidiano”, afirmou.
Impacto e monitoramento
A prorrogação da escassez hídrica, originalmente declarada em maio de 2024 com vigência até outubro, ainda não foi oficializada no Diário Oficial desta semana, mas reflete a continuidade dos desafios enfrentados pela Bacia do Rio Paraguai. A região, que abrange parte dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além do Pantanal, sofre com uma das secas mais severas das últimas décadas.
O nível do Rio Paraguai, monitorado pela régua de Ladário, tem demonstrado sinais tímidos de recuperação. Após atingir -68 cm em 15 de setembro, começou a subir lentamente, alcançando 0,19 cm em 18 de novembro.
Recuperação do Rio Paraguai só em 2026
Segundo Verruck, a normalização das condições na Bacia do Rio Paraguai é esperada apenas em 2026. O cenário atual continua preocupante para a maior área úmida contínua do planeta, que também influencia ecossistemas na Bolívia e no Paraguai.
A ANA deve continuar monitorando a situação, enquanto especialistas alertam para a necessidade de medidas efetivas para mitigar os impactos da seca e adaptar a gestão hídrica às condições climáticas extremas.