Advogado que aplicava golpes com nome de mortos é transferido de avião para o RS (vídeo)

O advogado Daniel Fernando Nardon, de 49 anos, apontado como líder de um esquema de fraudes contra o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) foi transferido de avião de Dourados para o Rio Grande do Sul, logo após sua prisão, na BR-163, no início da noite desta quinta-feira (15). A escolta até ao aeroporto de Dourados foi feita pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) e Polícia Civil.

Ao ser abordado por agentes da PRF, o advogado alegou que viajava com um amigo vindo do Mato Grosso. No entanto, as autoridades suspeitam que ele tentava fugir para o Paraguai, já que havia indícios de que se escondia naquele estado com planos de cruzar a fronteira.

O advogado é um dos principais investigados na Operação Malus Doctor, deflagrada pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul em 7 de maio. A operação mira 14 pessoas, entre elas nove advogados, suspeitos de envolvimento em um esquema de “advocacia predatória” que pode ter causado prejuízos superiores a R$ 50 milhões.

O suspeito está com a carteira da Ordem dos Advogados suspensa. É acusado de enganar clientes, apropriar-se de valores provenientes de ações judiciais e assinar procurações em nome de pessoas já falecidas.

O esquema

Segundo a investigação, Nardon ingressava com ações judiciais contra instituições financeiras alegando irregularidades em contratos bancários, utilizando procurações de pessoas já falecidas — em pelo menos um caso, o cliente havia morrido dois meses antes da suposta assinatura. O advogado afirmou não saber do falecimento.

A polícia identificou diversos processos semelhantes, todos tramitando na comarca de Porto Alegre. Em um único dia, Nardon chegou a protocolar 581 ações. No total, os investigadores contabilizaram mais de 145 mil processos no Rio Grande do Sul e outros 30 mil em São Paulo, relacionados ao grupo.

Conforme o delegado Vinicius Nahan, da 2ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre, os investigados protocolavam em massa ações de revisão de juros em empréstimos consignados, muitas vezes com documentos falsificados. As indenizações obtidas eram, então, desviadas. A maioria das vítimas seria formada por aposentados, entre eles policiais militares e professores.

As investigações também revelaram que o grupo utilizava uma empresa de consultoria e chegou a criar um banco digital próprio, batizado de “Nardon Bank”, que não possui autorização do Banco Central para operar.

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