Ex-prefeito comete erros grosseiros e oculta certidão criminal ao registrar candidatura a vereador
Com um belo currículo acumulado nos mandatos de vereador e de deputado estadual, Marquinhos Trad procurou firmar-se na vida pública mediante a celebração de qualidades e méritos que não tinha, como bem ficou demonstrado ao lançar sua candidatura ao governo. Alvo de graves acusações de assédio sexual e adultério – um escorregão moral que teve a obrigação de admitir publicamente, pressionado por provas das denúncias e a pressão popular -, lançou sua candidatura a vereador e tenta voltar à cena pela porta da frente.
Porém, não resta outra saída, e assim mesmo dependendo de decisão judicial, a não ser entrar na campanha pela porta dos fundos, se conseguir garantir sua candidatura depois de ser denunciado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE). O órgão ingressou esta semana com uma ação propondo que a candidatura de Marquinhos Trad (PDT) seja indeferida. A razão é mais uma prova do abismo entre o político e os conhecimentos que deveria ter: foi flagrado com irregularidades grosseiras no processo de inscrição de seu nome na Justiça Eleitoral.
DE COR E SALTEADO
Advogado e legislador – função política para a qual se elegeu várias vezes vereador e deputado -, Marquinhos quer ser candidato sem obedecer exigências prosaicas da legislação que deveria saber de cor e salteado. Ele simplesmente não apresentou documentos necessários para completar sua inscrição – um deles a certidão criminal – e ainda declarou duas cores da pele diferentes em formulários oficiais de identificação.
Foi o que constatou a promotora Grázia Strobel da Silva Gaifatto, ao pedir a suspensão de sua candidatura. Ela afirmou que houve uma discrepância na cor declarada para a disputa eleitoral de 2024 em relação à informada em pleitos anteriores. Gaifatto salientou que houve divergência acerca da cor declarada pelo candidato em seu requerimento e o declarado nas eleições anteriores (2020 e 2022), “devendo realizar-se a intimação do requerente e do partido, nos termos do artigo 24, § 5º, da Resolução n. 23.609/2019, para confirmar a alteração da declaração racial”.
Assim, além do caos financeiro e administrativo em que deixou a cidade, situação piorada pela sua parceira Adriane Lopes, o ex-prefeito ainda se revela incompetente e outras coisas na manipulação de dados para habilitar-se jurídica e politicamente.