A estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) anunciou um acordo inédito para transportar gás natural da Argentina ao Brasil pelo Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol). A previsão é que o fornecimento comece em 2025, com um volume inicial de 2 milhões de metros cúbicos por dia, podendo alcançar a capacidade máxima de 30 milhões de m³ por dia até 2030.
Impactos no Mato Grosso do Sul
O acordo beneficia Mato Grosso do Sul diretamente, aumentando a arrecadação de ICMS e garantindo matéria-prima essencial para a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados 3 (UFN3), em Três Lagoas. Segundo o titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, a medida é estratégica para a integração energética regional e diversificação da matriz energética brasileira.
Cenário energético e econômico
A integração regional entre Argentina, Bolívia e Brasil também é vista como um passo importante na transição para uma matriz energética mais diversificada e competitiva. Para o doutor em Economia Michel Constantino, a iniciativa é essencial para o crescimento industrial do Estado, que depende do gás natural para energia e operações empresariais.
Além disso, o doutor em Administração Leandro Tortosa destacou a segurança energética e a possibilidade de atrair novos empreendimentos para a região. “Uma matriz mais diversificada e de menor custo pode impulsionar investimentos e gerar empregos”, afirma.
Acordos e perspectivas
O contrato foi formalizado durante eventos paralelos à cúpula do G20, no Rio de Janeiro, entre os ministros Alexandre Silveira, do Brasil, e Luis Caputo, da Argentina. Empresas como a TotalEnergies, detentora de campos de gás em Vaca Muerta, e o grupo Matrix Energia participaram do acordo.
Com a previsão de aumento na importação de gás, Mato Grosso do Sul se consolida como um elo estratégico no mercado de gás natural brasileiro, fortalecendo sua economia e papel na integração energética da América Latina.