A atualização do boletim semanal da Operação Pantanal, nesta quinta-feira (26), apresentou uma linha do tempo de ações de combate aos incêndios nos biomas de Mato Grosso do Sul. Houve redução no número de focos de calor, apesar da semana com recorde de altas temperaturas e baixa umidade do ar.
Segundo a tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Tatiane Inoue, as bases operacionais de brigadas estão instaladas em pontos estratégicos, com reforço de agentes da Força Nacional e militares de outros estados brasileiros.
“Mesmo com redução dos focos, não retroagimos a nossa estrutura. A gente observou que esse trabalho de operação, a presença de estar no local, faz diferença nos focos, não ó no Pantanal, mas em todo o Estado. Nesse semana, na região do Paiaguás, teve incêndio e conseguimos debelar. É uma região longe, foi uma megaoperação, incluindo a Força Nacional e maquinário de proprietários, é uma verdadeira operação de guerra para combate aos fogos”.
Ao todo, neste ano o Pantanal registrou 7.390 focos de calor, 3.579 no Cerrado e 967 na região da Mata Atlântica. Nesta manhã, a intensidade de fumaça ganha força, com o corredor de vento vindo da região da Amazônia.
Vegetação crescendo
Inoue registrou o crescimento da vegetação às margens da BR-262, trecho que foi devastado por incêndio em Miranda. “Observamos uma resiliência do Pantanal. Ainda há cinzas na área queimada, mas a vegetação está crescendo”, descreve.
A primeira medida de mitigação foi estabelecida ainda em dezembro de 2023, com a sanção da Lei do Pantanal, a criação de regras mais rígidas para conservação e exploração sustentável. A última ação estabelecida foi a ajuda humanitária aos ribeirinhos pela Defesa Civil, em setembro.
Condições amenizam, mas não melhoram
A meteorologista e coordenadora do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), Valesca Fernandes, a partir desta quinta-feira e sábado (28), uma frente fria atua sobre o Estado, amenizando as temperaturas e favorecendo chuvas, com destaque para a região sul e sudeste.
O ameno reduz as temperaturas, após chegar acima dos 42°C nesta semana, para máxima de 27 a 35°C, além do aumento na umidade relativa do ar, de 40 a 60%.
“Com a frente fria, onde não chove, há maior chance de aumento de nebulosidade”, diz Valesca.
Contudo, os termômetros voltam aos recordes a partir de domingo, com valores acima dos 43°C e umidade de 7 a 25%. Essa condição é de risco extremo para fogo, diante do cenário favorável para a propagação de incêndios.