Os sintomas da doença e os protocolos de etiqueta respiratória continuam os mesmos, diz especialista.
À medida que novas variantes da Covid surgem, a compreensão sobre o vírus e seus riscos também evoluem. E, após quatro anos desde o início da pandemia e com variantes diferentes circulando, muitos se perguntam se os sintomas mudaram e se os protocolos de isolamento ainda continuam iguais.
Segundo o pediatra Renato Kfouri, vice-presidente da Sbim (Sociedade Brasileira de Imunizações), os sintomas da Covid permanecem basicamente os mesmos, mas o que mudou de lá para cá foi a gravidade da doença, que diminuiu significativamente entre os vacinados.
“Comparado com a era pré-vacinal, quando ninguém fora exposto ao vírus, você tinha um risco de gravidade muito maior, em qualquer idade, para todo mundo. Agora que vacinamos boa parte da população e que já foram expostos à doença de forma natural, os riscos são menores e os sintomas mais leves”, afirmou.
A exceção continua sendo para grupos de risco, como crianças, idosos, gestantes e pessoas com comorbidades.
É por isso que os protocolos de higiene, como distanciamento e uso de máscara, continuam sendo tão importantes, não apenas para a Covid, mas para qualquer vírus respiratório, como gripe, resfriado e VSR (vírus sincicial respiratório).
O tempo de isolamento segue o mesmo padrão da época mais grave da pandemia, ou seja, 5 a 7 dias, que é o período mais contagioso.
Segundo Kfouri, não há necessidade de se isolar completamente em casa, mas apenas evitar aglomerações e seguir os protocolos da etiqueta respiratória.
Para a população em geral, a testagem não é obrigatória, exceto quando há sintomas graves ou pertencimento a um grupo de risco. Isso porque pode ser necessário algum tipo de intervenção precoce, como o uso de antivirais disponíveis no SUS (Sistema Único de Saúde).
A vacinação continua sendo a principal medida de prevenção contra formas mais graves da Covid.
De acordo com Kfouri, o ideal é utilizar a versão mais atual da vacina disponível, que hoje é a monovalente XBB. “Ela é a mais parecida com o vírus que está circulando atualmente”, disse.
QUEM TEM RISCO DE CONTRAIR COVID HOJE?
Embora qualquer pessoa possa contrair a Covid, alguns grupos permanecem mais vulneráveis a desenvolver formas graves da doença.
Indivíduos com mais de 65 anos, pessoas com comorbidades, como diabetes, hipertensão, doenças respiratórias crônicas, e aqueles com o sistema imunológico comprometido, como pacientes em tratamento de câncer ou com HIV, estão em maior risco.
Gestantes e crianças que nunca se contaminaram nem tomaram a vacina devem tomar precauções adicionais.
O QUE FAZER SE TIVER SINTOMAS DE COVID?
A qualquer sinal de sintomas de qualquer doença respiratória, como febre, tosse, dor de garganta ou coriza, o uso de máscara e a etiqueta respiratória devem ser adotados:
– Cobrir nariz e boca com lenço de papel ou antebraço ao tossir ou espirrar. Descartar o lenço usado.
– Evitar tocar olhos, nariz e boca com as mãos não higienizadas. Lavar as mãos após o contato.
– Manter uma distância mínima de 1 metro de pessoas que estejam tossindo ou espirrando.
– Evitar contato físico com pessoas com sintomas gripais.
– Não compartilhar objetos de uso pessoal sem higienização.
O distanciamento social também é recomendado, evitando contato com outras pessoas, especialmente aquelas em grupos de risco.
É PRECISO TESTAR?
Para a população em geral, a testagem não é obrigatória, exceto quando há sintomas graves ou pertencimento a um grupo de risco.
Isso porque pode ser necessário algum tipo de intervenção precoce, como o uso de antivirais disponíveis no SUS (Sistema Único de Saúde).
POR QUANTO TEMPO POSSO TRANSMITIR?
A transmissão da Covid pode ocorrer por até sete dias após o início dos sintomas, embora a maior parte da transmissão aconteça nos primeiros dias.
O distanciamento é recomendado por pelo menos sete dias, podendo ser estendido para dez dias se os sintomas persistirem ou se houver agravamento do quadro.
Durante esse período, é importante seguir a etiqueta respiratória.
COMO ALIVIAR OS SINTOMAS?
O tratamento da Covid envolve amenizar os sintomas, conforme orienta Kfouri.
Isso inclui o uso de analgésicos para dor, antitérmicos para febre, hidratação e repouso.
Para aqueles em grupos de risco, há também a possibilidade de uso de antivirais, como o Paxlovid, mas para a maioria das pessoas, o foco deve ser no alívio dos sintomas e no monitoramento da evolução do quadro clínico.
QUEM PODE SE VACINAR?
Em 2024, o Ministério da Saúde estabeleceu que a vacina contra a Covid será aplicada apenas em crianças maiores de 6 meses e abaixo de 5 anos, em idosos com mais de 60 anos e em alguns outros grupos prioritários, como gestantes, pessoas com deficiência permanente ou comorbidades, indígenas, quilombolas e profissionais de saúde.
A restrição de imunização para grupos prioritários é a mesma adotada pela OMS (Organização Mundial da Saúde), com exceção para a inclusão de crianças que, para a entidade, não são prioritárias.
Adultos com menos de 60 anos e que não se encaixem nos grupos prioritários só poderão tomar o imunizante caso não tenham sido vacinados anteriormente ou se tenham recebido apenas uma dose -para completar o esquema primário de vacinação, composto por duas doses com intervalo de 4 semanas.
QUE TIPO DE ATENDIMENTO PROCURAR NO SISTEMA PÚBLICO DE SAÚDE?
Para casos leves de Covid, a UBS (Unidade Básica de Saúde) é o primeiro ponto de contato, onde podem ser obtidas orientações e realizada a testagem.
Em casos de sintomas mais graves, como dificuldade para respirar ou dor no peito, é aconselhável procurar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou pronto-socorro.
Segundo Kfouri, em muitos casos, os sintomas da Covid podem ser semelhantes a outras doenças respiratórias, e a decisão sobre buscar atendimento deve considerar a gravidade e a presença de fatores de risco.
*Informação da Folhapress
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