O ex-prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (Progressistas), relembrou em detalhes como o pecuarista e dono de jornal, Carlos Eduardo Belineti Naegele, atuou na quadrilha que cooptou vereadores e promoveu a cassação dele, em 2014. Bernal foi o entrevistado do programa ”Cara a Cara com Squinelo”, nesta segunda-feira (9), no TopMídiaNews.
Conforme o processo, Naegele fazia parte de um esquema criminoso articulado e que tinha funções bem definidas para cada partícipe do golpe. O objetivo, conforme apurou a Operação ”Coffee Break”, era comprar o voto de vereadores para que estes decidissem pela cassação do então prefeito Alcides.
Ainda segundo analisado, a parte de Naegele, que é dono do Midiamax, era pressionar os parlamentares que não haviam sido cooptados por outros empresários e políticos, com críticas e ataques no site noticioso. Algo no estilo ”Ou dá ou desce”.
GULOSO
No bate-papo, foi dito que o condenado no processo, Carlos Naegele, marcou de tomar um ”cafezinho” com a secretária de João Amorim, empreiteiro acusado da trama golpista. O dono do jornal se mostrou insatisfeito com o ”cafezinho” (valor de propina segundo a Polícia Federal) e disse que o ”cafezinho tinha que estar mais forte”. No dia seguinte, o dono do Midiamax depositou 155 mil reais na própria conta, fruto de propina, disse a investigação.
Naegele foi condenado, inclusive a devolver esse valor, além da perda dos direitos políticos por oito anos. O ex-prefeito comentou que a atuação criminosa de Naegele exerceu pressão contra o mandato dele. ”Era cooptado para falar, acusar, inventar, fazer uma fake news constante”, lamentou Alcides. ”Faziam de tudo para me destruir moralmente… pressionar os juízes e a própria sociedade me rejeitasse”, complementou Bernal.
Apesar da operação policial que desvendou o crime, a Justiça manteve Bernal cassado e inelegível por oito anos. O espaço está aberto aos citados.
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