Alvo da Operação Lama Asfáltica e preso por mais de três anos, o ex-deputado federal Edson Giroto voltou ao debate público defendendo com veemência sua inocência. Em entrevista ao programa Cara a Cara com Squinelo, do TopMídiaNews, ele rebateu as acusações sobre desvios em obras públicas, em especial a pavimentação da MS-430, e garantiu que nunca cogitou fazer delação premiada. “Se eu tivesse feito algo errado, não teria suportado a prisão. Mas eu não tinha nada para contar. Só trabalhei”, afirmou.
A obra da MS-430, citada no relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) como uma das envolvidas em supostas fraudes, foi classificada por Giroto como tecnicamente correta e injustamente apontada como irregular. “O relatório da CGU é, com perdão da palavra, uma porcaria do ponto de vista técnico. Quem elaborou o documento chegou a se contradizer no depoimento”, disparou.
Ao longo da entrevista, Giroto afirmou ter plena confiança de que será absolvido, como já ocorreu em outros processos ligados à mesma operação. “Já fui absolvido em três instâncias em casos semelhantes. A verdade vai aparecer, e isso vai acontecer também com a MS-430”, disse. Ele enfatizou que sempre esteve seguro sobre os atos que praticou enquanto gestor público e que não teme a verdade. “Nunca tive medo da Justiça, mas sim da injustiça.”
Pressão para delatar
Preso em 2016, Giroto relatou ter sofrido “tortura psicológica” durante o tempo em que esteve encarcerado, mas disse que jamais considerou firmar delação premiada. “Bateram na minha cela muitas vezes. Me perguntaram se eu queria delatar. Eu dizia: delatar o quê? Eu não tinha nada para entregar, porque nunca participei de esquema algum”.
Ele acrescentou que, mesmo diante de perdas pessoais — como a morte do pai, o nascimento do neto e o afastamento da filha caçula — manteve sua integridade. “Não me dobraram porque eu sabia que não havia cometido crime”.