Nos últimos dias, as redes sociais voltaram a ser palco de questionamentos sobre um possível encerramento das operações do Nubank no Brasil. A dúvida, que surgiu inicialmente em 2022, ressurgiu com força após alterações estruturais nos BDRs (Brazilian Depositary Receipts) da fintech, criando um cenário de incerteza entre os usuários.
A especulação ganhou volume nas plataformas digitais, refletida em um aumento significativo de buscas no Google pelo termo “Nubank vai fechar” desde o final de 2024, segundo dados do Google Trends. Mesmo com a repercussão, o banco digital veio a público para esclarecer a situação. Em comunicado oficial publicado em seu blog, a empresa garantiu que suas operações seguem normalmente, reforçando uma base sólida de mais de 95 milhões de clientes no país e crescimento contínuo no mercado.
Mudança nos BDRs não afeta operações do Nubank
A recente onda de questionamentos começou após o Nubank anunciar alterações no formato de negociação de seus BDRs na B3, a Bolsa de Valores brasileira. A fintech realizou a conversão de seus BDRs de Nível III para BDRs Nível I Não Patrocinados, medida que impacta apenas a forma de negociação dos papéis, sem qualquer interferência nos serviços prestados aos correntistas.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprovou a mudança em 2023, destacando que se trata de uma alteração técnica e regulatória. Em nota técnica, a CVM esclareceu que a conversão “não implica qualquer mudança nas operações da empresa no Brasil, tampouco em sua regularidade perante o Banco Central ou demais órgãos de fiscalização do sistema financeiro nacional”.
Apesar dos esclarecimentos, as mudanças foram interpretadas por muitos como um indício de que o Nubank estaria encerrando suas atividades no Brasil. Esse tipo de interpretação se propagou rapidamente nas redes sociais, alimentando dúvidas sobre o futuro da fintech no país.
Discussão regulatória e novo vice-chairman
Outro ponto que pode ter gerado questionamentos é uma discussão regulatória em andamento. O Banco Central avalia uma proposta que pode exigir que instituições financeiras que não funcionam como bancos tradicionais retirem o termo “bank” de suas marcas. Caso seja aprovada, essa regulamentação forçaria o Nubank a adotar apenas “Nu” como nome oficial no Brasil. A fintech esclareceu que essa alteração, se ocorrer, será apenas uma adequação à legislação, sem impacto nos serviços ou na experiência do cliente.
Além disso, o Nubank anunciou recentemente a chegada de Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central, ao cargo de vice-chairman e diretor global de políticas públicas da empresa. Ele também integrará o conselho de administração da fintech a partir de 1º de julho, após cumprir um período de quarentena previsto por lei. Campos Neto será responsável pela expansão internacional do Nubank e pelo relacionamento com reguladores financeiros, com foco especial nos mercados da América Latina.
Os resultados financeiros reforçam a solidez da instituição. O banco digital registrou um lucro líquido ajustado de US$ 2,2 bilhões em 2024, um avanço em relação ao ano anterior, quando o valor foi de aproximadamente US$ 1,1 bilhão. A base de clientes também apresentou crescimento expressivo, superando 101,8 milhões de usuários globalmente, sendo mais de 95 milhões somente no Brasil.
Com capital aberto na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) e presença consolidada na B3, o Nubank se mantém como um dos principais nomes do setor financeiro digital, contrariando as especulações sobre seu encerramento no país. Para a empresa, as dúvidas surgiram a partir da interpretação equivocada das alterações nos BDRs e da falta de verificação de informações por parte dos usuários.
A fintech afirmou que continuará operando normalmente no Brasil, mantendo seus serviços ativos e em expansão, reforçando seu compromisso com os clientes e com o mercado nacional.
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