Os desembargadores suspeitos de venda de sentenças, e alvos da operação Ultima Ratio, que retornaram ao trabalho nesta terça-feira (22) voltaram a ser afastados na noite de hoje. A decisão é do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal.
Apenas Sérgio Martins, que chegou a ser afastado, mas voltou ao trabalho em 2024, segue cumprindo expediente, também por determinação do ministro.
Os desembargadores haviam retornado ao trabalho após o fim, automático, do afastamento de 180 dias decretado no dia da deflagração da Operação Ultima Ratio. Porém, o retorno durou menos de 24 horas. A mesma situação se dá com a retirada da tornozeleira eletrônica, medida cautelar determinada pela Justiça.
O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Osmar Jeronymo também segue afastado.
O espaço está aberto aos envolvidos.
O CASO
A operação Ultima Ratio foi instaurada para apurar possíveis crimes de corrupção em vendas de decisões judiciais, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas no Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul.
Durante a operação, foram apreendidas diversas armas na casa de dois desembargadores. Além disso, foram encontrados mais de R$ 3 milhões em espécie. Somente na casa de um dos investigados, foram encontrados R$ 2,7 milhões.
A ação teve o apoio da Receita Federal e é um desdobramento da Operação Mineração de Ouro, deflagrada em 2021, na qual foram apreendidos materiais com indícios da prática dos referidos crimes.
Na ocasião, o STJ (Supremo Tribunal de Justiça) determinou o afastamento do exercício das funções públicas de servidores, a proibição de acesso às dependências de órgão público, a vedação de comunicação com pessoas investigadas e a colocação de equipamento de monitoramento eletrônico.