A PMA (Polícia Militar Ambiental) investiga se a escassez de alimentos na região pantaneira e um possível comportamento defensivo motivaram o ataque fatal da onça-pintada que matou Jorge Avalo, de 60 anos, o “Jorginho”.
Jorginho foi morto na última segunda-feira (21), na região conhecida como Touro Morto, entre os municípios de Miranda e Aquidauana.
Na manhã de terça-feira (23), os restos mortais de Jorginho foram encontrados em um capão de mato, a aproximadamente 280 metros do rancho. A perícia técnica confirmou sinais compatíveis com um ataque de onça-pintada.
Segundo a PMA, os primeiros indícios reforçam hipóteses relacionadas ao comportamento do animal, entre elas a falta de presas naturais – como capivaras e catetos –, o que pode estar levando grandes felinos a se aproximarem de áreas habitadas em busca de alimento.
A corporação também avalia outras possibilidades, como uma reação defensiva da onça diante de alguma atitude involuntária da vítima, ou ainda o aumento de agressividade durante o período reprodutivo da espécie.
“A investigação segue em andamento, mas há fortes indícios de que a escassez de alimento esteja interferindo diretamente no comportamento dos grandes predadores da região”, informou um porta-voz da PMA.
Alimentar animais silvestres é crime e estimula ataques
A PMA reforça que a prática de cevar (alimentar animais silvestres para atração ou observação) é proibida pela legislação ambiental e contribui diretamente para que espécies como a onça-pintada associem a presença humana à oferta de alimento.
Isso pode provocar mudanças de comportamento e gerar situações de alto risco, como a ocorrida em Aquidauana.
Em 2023, a corporação já havia monitorado um felino macho na região do Morro do Azeite e instalado placas de advertência em locais turísticos, justamente para evitar interações perigosas.