InícioSaúdeAborto: Remédio citado pelo PSOL pode gerar bebês com síndrome

Aborto: Remédio citado pelo PSOL pode gerar bebês com síndrome

Partido sugeriu uso do fármaco em ação apresentada no Supremo Tribunal Federal

Na ação ajuizada no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e pela Associação Brasileira de Enfermagem (Aben) pedindo a liberação da realização de abortos legais no Brasil por outros profissionais que não sejam médicos, os autores citam a possibilidade de realização do procedimento pela própria mulher, com o uso do medicamento misoprostol, que seria, segundo eles, “um método reconhecidamente seguro”. No entanto, o que a petição não diz é que a droga pode ter graves efeitos adversos.

Em alertas emitidos em notas técnicas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) encaminhadas à Defensoria Pública da União (DPU) entre 2019 e 2020, os efeitos colaterais do misoprostol ficam bem claros. A resposta da agência foi apresentada após defensores públicos recomendarem à Anvisa a permissão para comercialização do medicamento com fins domésticos. Atualmente, a liberação do misoprostol no Brasil é apenas para uso hospitalar.

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Ao pedir a liberação do uso doméstico do misoprostol, a DPU alegou que a restrição violaria o direito à saúde de mulheres que teriam a intenção de interromper gestações nas situações previstas em lei e informou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendava o uso do medicamento para “aborto farmacológico”.

A Anvisa, porém, declarou que as restrições do remédio apenas ao uso hospitalar consideravam questões de segurança, pois a medicação poderia, quando utilizada sozinha, falhar na interrupção da gestação e, com isso, fazer com que o feto sobrevivente ficasse “exposto a reações que ainda não são bem conhecidas”.

– As malformações congênitas nesses casos [de fetos que sobrevivem ao uso do remédio] podem estar associadas à exposição intrauterina ao misoprostol, uma das principais consequências é a Síndrome de Moebius (SM) – dizia a nota.

A doença, segundo a Anvisa, é caracterizada como um quadro de paralisia nos nervos faciais e pode até fazer com que o bebê sofra “redução transversa de membros”, nascendo com braços ou pernas amputados.

Além disso, segundo o site da Moebius Syndrome Foundation (Fundação Síndrome de Moebius, em português), a doença também faz com que as pessoas acometidas por ela não consigam “fazer expressões faciais, como sorrir, franzir a testa, apertar os olhos ou piscar”.

A nota da Anvisa também citou um estudo realizado com 707 gestantes brasileiras que usavam medicamentos como misoprostol para induzir a menstruação. Segundo a agência, os bebês dessas mulheres apresentaram risco de anomalia congênita quase três vezes maior que os fetos não expostos ao fármaco.

Diante da situação, a Anvisa informou que qualquer mudança em relação à comercialização do remédio no Brasil deveria ser solicitada pela fabricante, por meio de pedido formal acompanhado de estudos que comprovassem a segurança da alteração.

A DPU, então, decidiu enviar, em julho de 2020 um ofício à empresa pedindo o uso doméstico do fármaco alegando que ele era “comprovadamente seguro” e que poderia ter seu uso autorizado “mediante indicação médica e retenção de receita”. A fabricante do misoprostol, porém, preferiu manter o uso restrito, por questões de segurança.

– Na qualidade de detentor do registro e fabricante do medicamento Prostokos (misoprostol), informamos que, para solicitarmos a alteração da bula, é necessário apresentarmos estudos clínicos/científicos que comprovem o uso seguro do medicamento. E desconhecemos a existência dos referidos estudos que garantam seu uso com eficácia e segurança – completou.

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