De janeiro de 2024 a janeiro de 2025 foram registrados 5.125 casos de acidentes com escorpião em Mato Grosso do Sul
O verão em Mato Grosso do Sul traz chuva e calor, acontece que essa é a fórmula perfeita para o aparecimento de escorpiões. Segundo dados do Ciatox/MS (Centro Integrado de Vigilância Toxicológica), de janeiro de 2024 a janeiro de 2025 foram registrados 5.125 casos de acidentes com escorpião no Estado. Só no mês de janeiro deste ano, Brasilândia já registrou 16 acidentes com o artrópode, Terenos e Cassilândia tiveram nove ocorrências cada uma.
Durante a época mais úmida, os escorpiões buscam locais secos, assim saem de seus esconderijos. O CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) não realiza a captura do animal, mas pode fazer uma vistoria no local para passar orientações técnicas sobre como evitar o aparecimento de novos escorpiões.
Além disso, a equipe também pode realizar o serviço de desinsetização. Caso algum escorpião surja durante a realização do trabalho, ele será encaminhado ao laboratório de identificação, que efetuará a análise da espécie e enviará um laudo com o resultado para o WhatsApp do munícipe.
Orientações
O coordenador estadual de vigilância ambiental e do Civitox, Karyston Adriel Machado, explica como eliminar um escorpião.
“Você pode exterminá-lo de forma segura com um golpe forte, usando um objeto rígido e com uma haste longa, mas atenção tenha certeza que o animal esteja morto antes de manipulá-lo. Nunca utilize inseticida ou produto químico para eliminar o escorpião. Seria preciso usar uma quantidade muito grande, o que prejudicaria a sua saúde e a de quem estiver por perto. O escorpião é um animal muito resistente a veneno”, conta Karyston.
O veneno não é indicado, pois os escorpiões possuem quimiorreceptor. Dessa forma, caso o veneno não caia direto no corpo do animal, ele consegue levantar o abdômen, se mexer e evitar o veneno.
O coordenador também ressalta que caso ocorra o aparecimento de mais de três escorpiões no mesmo local é necessário entrar em contato com o CCZ da cidade.
Dicas
Uma das principais formas de evitar o aparecimento de um escorpião é manter o ambiente limpo. Isso é porque o animal é atraído por locais com a presença de baratas, principal alimento do escorpião. E baratas tendem a aparecer em locais sujos.
Escorpiões costumam se abrigar em entulhos, pilhas de madeiras, sob pedras, material de construção, reses de esgoto, e até dentro de calçados, roupas e atrás de móveis.
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Entre outras orientações estão:
- Mantenha os quintais limpos e gramas aparadas;
- Evite entulhos que favoreçam a proliferação de escorpiões;
- Usar água sanitária nos ralos e frestas de portas;
- Instalar barreiras mecânicas nas portas;
- Fechar frestas e rachaduras nas paredes;
- Manter o ralo do banheiro fechado após o banho e vedar bem as caixas de gordura;
- Afastar camas e móveis das paredes;
- Evitar que cortinas, roupas de cama e mosqueteiros encostem no chão;
- Usar luvas e calçados fechados quando for realizar atividades como jardinagem, retirada de entulhos e materiais de construção;
- Não aplique substâncias, faça torniquetes ou realize sucção, em caso de picada.
Picada
Dados da Superintendência de Vigilância em Saúde da Sesau mostram que, em 2024, foram registrados 1.359 casos de picadas de escorpião sem ocorrência de óbitos em Campo Grande, com as regiões do Anhanduizinho e Lagoa sendo as mais afetadas no município.
As picadas causam dor, ardor, vermelhidão, inchaço e agulhada no local da picada.
Em caso de acidente com escorpião, a pessoa deve lavar o local com água e sabão e procurar atendimento médico em uma unidade de saúde. Se possível, deve levar o escorpião que causou o acidente até a unidade de saúde. Se um animal for picado por um escorpião, a orientação é que seja encaminhado para os cuidados de um médico veterinário.
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A pessoa que conseguir fazer a captura do escorpião pode armazená-lo em um pote/frasco com álcool e levar o animal até o CCZ para ser feita a identificação da espécie.
Escorpiões
Escorpiões vivem de dois a seis anos, e quando não encontram comida praticam o canibalismo. Eles têm em média 40 filhotes por ano.
Em caso de dúvidas sobre o animal, é possível entrar em contato com o Ciatox pelos telefones: (67) 3386-8655 e 0800-722-6001 e 150. A equipe oferece teleatendimento aos profissionais de saúde, diagnóstico e identificação de animais peçonhentos e plantas tóxicas.
Além disso, o CCZ realiza vistorias em locais com infestação de animais peçonhentos e oferece canais de contato para a população:
- Telefones: (67) 2020-1796, (67) 2020-1802 ou (67) 3313-5000
- WhatsApp: (67) 2020-1796
- E-mail para agendamentos: [email protected]