Alegação é de que ocupação ocorreu por acreditarem que a área era pública, porém a reportagem teve acesso à escritura particular da área
Dezenas de famílias que ocupam a pouco mais de duas semanas uma área no Jardim Centro-Oeste protestam contra uma rotina de ameaças e falta de respostas por parte do poder público.
Os relatos indicam uma situação de tensão crescente. As famílias afirmam estar sofrendo repressão, incluindo ameaças de homens armados e prazos para a desocupação, mas alegam não haver nenhum tipo de mandado judicial.
Moradores acusam um homem de intimidar os ocupantes durante a madrugada, muitas vezes acompanhado de outros também armados. Segundo eles, essas pessoas destroem barracos e chegaram a agredir moradores.
Evelyn Beren Escobar Garza, de 20 anos, relatou que está na área com o marido, sua filha de seis meses e grávida de oito meses. Ela afirma que as ameaças geram medo, especialmente pelas condições de vulnerabilidade em que vivem.
Outro relato, de um morador que não quis se identificar, descreve agressões físicas a um idoso durante a madrugada, supostamente cometidas por capangas. O barraco do idoso foi destruído, e ele ficou com o rosto machucado. A comunidade tenta apoiá-lo, mas enfrenta dificuldades diante da violência constante.
Manelo Almeida, de 27 anos, que vive na área, explicou que o grupo iniciou a limpeza do terreno há dois meses e tentou torná-lo habitável. Ele relatou que a polícia chegou a pedir a construção de cercas, mas não causou maiores transtornos. Porém, a situação se agravou com os relatos de violência.
Por outro lado, o Jornal Midiamax esteve em contato com um parente de um dos proprietários do terreno. Ele afirmou que a área é particular e possui documentação em dia, tendo inclusive apresentado escritura e matrícula.
Ele nega as acusações de violência e relata, inclusive, que um funcionário da imobiliária teria ido até o local e sido expulso sob ameaça de homens armados que seria moradores do local.