InícioCidadesDurante debate, advogados de Christian tentam derrubar qualificadoras para diminuir pena

Durante debate, advogados de Christian tentam derrubar qualificadoras para diminuir pena

Na última seção que divide o segundo dia do Júri de Christian Campoçano Leitheim, de 27 anos, réu pela morte de Sophia Ocampo, aos 2 anos de 7 meses, em janeiro de 2023. a defesa tenta convencer os jurados a retirarem algumas qualificadoras, para que a penas seja mais branda.

Nos argumentos, os advogados apelaram para o fato que Christian tentou salvar a menina no dia em que tudo aconteceu, e que as provas trazidas de agressões ocorridas anteriormente à data do fato deveriam ser desconsideradas. “Nada de antes importa. O que importa é o dia 25, o dia que antecede a morte da pequena Sophia. A conduta dele diante da enteada doente. Ele tentou ajudar, ele tentou salvar ela”.

Os profissionais trouxeram, ainda, áudios gravados por Christian no dia da morte, em que ele chora e se diz “arrependido” por não ter feito nada antes. Em alguns momentos, um deles chega a chorar, enquanto relata o caso ao júri. “Não temos provas suficientes para condenar Christian pela morte de Sophia”, finalizou o debate.

Quanto à defesa de Stephany, os três advogados se basearam na informação que a morte da menina aconteceu quatro horas antes dela ser levada à Upa (Unidade de Pronto Atendimento), e não oito horas como havia sido mencionado no atestado de óbito e constatado pelo médico legista.

A defesa relembrou sobre o que aconteceu antes da morte: o episódio do banheiro, quando o Christian sai com Sophia no colo desmaiada. “Como a promotoria disse, o local foi alterado. O banheiro da casa sofreu alterações e isso foi feito pelo Christian e não por ela”, argumentou.

Além disso, os advogados mudaram o foco das teses, trazendo a violência doméstica sofrida por Stephanie como um dos pontos dela ser encarada como vítima e não como acusada. “Ela foi vítima de violência doméstica por cinco meses. As coisas poderiam ser diferentes se ele tivesse morto hoje, aí ela seria heroína nessa história”, pontuou.

Ao fim, os advogados tentam convencer os jurados de que, na verdade, o responsável pela morte da pequena é Christian. “Ela não omitiu a morte da Sophia. Hoje ela está aqui por um crime que foi ele que cometeu. Ela era vulnerável e vitima do Christian. Ela não merece pegar a mesma pena de morte dele, que foi o autor. Se fosse premeditado ela não iria levar a filha na Upa””, afirmou.

Entenda o caso

No dia 26 de janeiro de 2023, Sophia foi levada até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Coronel Antônio, em Campo Grande, pela mãe Stephanie de Jesus Silva, 26 anos, já sem vida. Laudo médico atestou que a menina estava morta há algumas horas, vítima de trauma raquimedular na coluna cervical (nuca) e hemotórax bilateral (hemorragia e acúmulo de sangue entre os pulmões e a parede torácica).

De acordo com a investigação, a menina sofreu violência ao longo dos 2 anos de vida, sendo vítima de castigos que resultaram em hematomas por todo o corpo. Exame necroscópico também apontou que a pequena tinha ruptura cicatrizada do hímen, sinal de que sofreu violência sexual.

Com participação Brenda Oliveira

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