InícioSegurançaDNAs de corpos em cemitério são confrontados com 22 famílias de desaparecidos

DNAs de corpos em cemitério são confrontados com 22 famílias de desaparecidos

De 12 corpos encontrados no cemitério clandestino em Lucas do Rio Verde, a 360 km de Cuiabá, oito ainda faltam ser identificados. A Politec (Perícia Oficial e Identificação Técnica) comparou os DNAs desses corpos com os de 22 parentes de pessoas desaparecidas no estado, porém, nenhum foi compatível.

Foi identificado quatro perfis dos corpos encontrados no cemitério clandestino. (Foto: Reprodução)

Com o processamento de amostras biológicas, foi possível identificar os perfis de quatro das oito vítimas, sendo três do sexo masculino e um do sexo feminino.

A perícia pede aos familiares (pai, mãe, filho, ou mais de um irmão) de pessoas desaparecidas que procurem a polícia para a coleta de material genético – processo que é simples e indolor.

Cemitério clandestino: guerra entre facções

As informações do DNA dessas quatro pessoas desaparecidas estão registradas no Banco Nacional de Perfis Genéticos. Caso um perfil inserido seja correspondente, o sistema vai orientar, independentemente do Estado onde o perfil tenha sido registrado.

A Politec orienta que, se caso a pessoa desaparecida tenha realizado algum tratamento dentário, a família deve ter o prontuário odontológico da vítima, especialmente exames de imagem, como radiografias e tomografias, e forneçam ao IML para auxiliar na identificação da arcada dentária.

As quatro vítimas encontradas no cemitério clandestino já foram identificadas pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) são as seguintes:

  • Rafael Pereira de Souzade 35 anos, natural de Rondonópolis (MT);
  • Andris Natalde 19 anos, natural da Venezuela;
  • Wilner Alex de Oliveira Silva29 anos, natural de Poxoréu (MT);
  • Matheus Bonfim de Souzade 18 anos.
Wilner, Andris, Rafael e Matheus, respectivamente, estavam enterrados em cemitério clandestino de MT. (Foto: Reprodução)
Wilner, Andris, Rafael e Matheus, respectivamente, estavam enterrados em cemitério clandestino de MT. (Foto: Reprodução)

Ainda conforme o delegado João Antônio Batistaa Polícia Civil já vinha investigando a relação entre as guerras de facções criminosas, sequestros e desovas de corpos na região.

“Sabíamos que existia uma área em Lucas que estava sendo usada como desova de corpos. Existe relação direta com essa guerra de facções, é o mesmo modus operandi. Há um padrão claro: as vítimas são sequestradas, levadas a locais de mata e executadas”, disse.

João Antônio contou, ainda, que ao menos seis pessoas desapareceram no município da mesma forma, após terem sido sequestradas nas casas onde moravam.

Alguns dos corpos estavam em processo de esqueletização – última fase de decomposição. Além disso, uma vítima foi encontrada em estado de putrefação, o que indica que foi um homicídio recente.

O Instituto Médico Legal (IML) realizará uma triagem para avaliar o grau de decomposição e o método mais adequado para a obtenção das identidades das vítimas, sejam elas por papiloscopia, odontologia legal ou DNA.

Segundo a polícia, o número de corpos no local pode chegar a 15 conforme os trabalhos de escavação continuem. As investigações continuam para encontrar os possíveis responsáveis pelas mortes.

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