Uma família de 10 queixadas morreu atropelada, na BR-262, entre Miranda e Corumbá, no Pantanal de Mato Grosso do Sul. Os animais foram encontrados mortos por pesquisadores do IHP (Instituto Homem Pantaneiro) em 19 de setembro. Entretanto, o desastre ambiental só foi compartilhado, neste sábado (28), nas redes sociais da instituição.
Nas redes sociais, o IHP denunciou a situação e pediu monitoramento na ponte onde os animais foram encontrados mortos. Segundo o comunicado, a estiagem e a seca aumentam a circulação de animais na pista em busca de alimento e água.
“A morte de animais selvagens por atropelamento na BR-262, entre Corumbá e Miranda (MS), continua sendo um grande desafio e uma ameaça à biodiversidade do Pantanal”, destacou o IHP na legenda do post.
No registro divulgado, é possível ver alguns dos animais mortos enfileirados na pista. A queixada é considerada uma espécie em “risco de extinção” no Cerrado, segundo o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).
A BR-262 é conhecida por especialistas em conservação como a “rodovia da morte”. A alta concentração de fauna na região, junto com a defasagem de infraestrutura, resulta em muitos acidentes que vitimam animais na via que dá acesso ao Pantanal.
As queixadas
As queixadas pertencem à família Tayassuidae, a mesma dos catetos. Embora frequentemente confundidas com javalis, são de uma família diferente. O nome “queixada” vem do tupi-guarani “Tai wa’su”, que significa “dentes grandes”, referindo-se às suas grandes presas frontais.
Esses animais vivem em grupos de até 300 indivíduos. A gestação dura cerca de 180 dias, resultando geralmente em dois filhotes. Com comprimento médio de 113 cm e peso entre 32 e 40 kg, têm pelagem que varia do castanho-acinzentado ao preto, com uma mancha branca na mandíbula. São mais sociais e defensivos que os catetos, enfrentando predadores em grupo.